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Domingo, 21 de julho de 2024

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Crise hídrica faz Alckmin acelerar anúncio de obras

Pressionado pela crise no Sistema Cantareira, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou uma série de obras para aumentar a oferta de água no Estado até 2018. Os projetos equivalem a quase cinco vezes o volume criado desde 2008. São projetos de construção de um novo sistema produtor, duas barragens e de uma transposição que devem gerar ou regularizar cerca de 23,6 mil litros por segundo. Nos últimos cinco anos, o acréscimo de água foi de 5 mil litros por segundo.


Os anúncios a toque de caixa refletem o atraso do governo na elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Macrometrópole Paulista, que oferece alternativas de captação de água para suprir o consumo projetado até 2035. O estudo foi contratado em novembro de 2008, por R$ 3 milhões, para ser concluído em 11 meses, mas só foi finalizado em outubro.

Enquanto o plano ficou em gestação, o governo ampliou a produção de água do Sistema do Alto Tietê em só 5 mil litros por segundo. Volume insuficiente para cumprir a exigência feita em 2004 à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de reduzir a dependência na Grande São Paulo do Cantareira e evitar a crise atual, reflexo da estiagem mais severa da história. Neste sábado o nível do sistema chegou a 12%, o menor já registrado. Neste domingo, o reservatório estava em 12,1%.

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Rubem Porto, professor de Engenharia da USP e especialista em recursos hídricos, defende a agilidade de invetimento nas obras.

— As obras já estão planejadas. O que precisa é de investimento mais rápido.

As três obras lançadas ou anunciadas por Alckmin agora estão no plano. O Sistema Produtor de São Lourenço, em Vargem Grande Paulista, e as barragens Pedreira e Duas Pontes, na região de Campinas, devem ser concluídos em 2018. O primeiro aumentará em 4,7 mil litros por segundo a oferta na Grande São Paulo e o segundo, até 13,8 mil litros no interior.

Já a transposição de 5,1 mil litros da bacia do rio Paraíba do Sul para o Cantareira está sendo elaborada e enfrenta resistência do Estado do Rio e do Vale do Paraíba. A ideia é conclui-la no fim de 2015. Até lá, o governo terá de usar todo o Cantareira e apostar na volta das chuvas.
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