Ao menos dez pessoas, a maioria insurgentes islâmicos, morreram e 37 ficaram feridas em confrontos entre os rebeldes e forças governamentais neste sábado no norte da capital da Somália, Mogadício.

Os combates aconteceram no bairro de Manbolyo, quando os insurgentes atacaram um posto das forças governamentais. Um alto comandante militar também pode ter morrido nos combates, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades. O porta-voz das forças governamentais, Farhan Mohamed Arsanyo, mostrou à imprensa o corpo de um suposto combatente afegão que seria o líder dos terroristas de Mogadício que combatem o governo.

Arsanyo informou que nove insurgentes foram capturados e que também serão mostrados à imprensa. A milícia Hezb al-Islamiya afirmou que a informação é falsa.

Segundo informações da ONU e da organização Médicos sem Fronteiras divulgadas na terça-feira (7), os intensos choques entre insurgentes e tropas do governo transformaram Mogadício em uma cidade fantasma, causando o êxodo de 200 mil habitantes.

Histórico

Sem um governo central efetivo desde 1991, a Somália tornou-se o sinônimo de um Estado fracassado, e o caos tem permitido as crescentes operações de pirataria nas rotas marítimas que passam pela costa do país.

Mais de 17,7 mil civis foram mortos em dois anos de insurreição islâmica, um milhão de pessoas abandonaram suas casas e cerca de 3 milhões de somalis sobrevivem com ajuda alimentar de emergência.

A insurgência, que se tornou uma causa nacionalista, age em parte do sul e da região central da Somália, enquanto outras regiões mais ao norte vivem, na prática, de forma autônoma.

Segundo o governo, os rebeldes não têm agenda política e possuem centenas de estrangeiros extremistas em suas fileiras, o que fortalece a suspeita americana de que o grupo tem conexões com a rede Al Qaeda.