Urumqi proíbe encontros 7 dias depois do 'domingo sangrento'.
Região apresenta diminuição da tensão uma semana após incidente.
O departamento de Segurança Pública de Urumqi, cidade que viveu há uma semana os piores incidentes étnicos na China há décadas, anunciou a proibição de "assembleias, e manifestações", sinal de que a localidade continua em um clima de tensão apesar da relativa volta à calma.
A proibição foi anunciada na noite de sábado (11) pela agência oficial chinesa e apareceu neste domingo em cartazes de várias regiões centrais de Urumqi, como a Praça do Povo, centro nervoso de uma cidade que volta a apresentar relativa calma, mas onde as feridas do massacre ainda não cicatrizaram.
A tensão causou, por exemplo, que a explosão na manhã de hoje de um depósito de petróleo em uma refinaria do norte da cidade gerasse o alarme entre as forças de segurança, que horas depois, no entanto, asseguraram que o fato tinha sido um acidente, não um atentado terrorista.
Observadores da situação assinalaram que a proibição de assembléias e manifestações foi ditada visando a prevenir tensões hoje, já que se espera que familiares de falecidos há uma semana lembrem seus entes queridos em cerimônias funerárias.
A tradição chinesa diz que no sétimo dia deve se homenagear os mortos.
O departamento de Segurança Pública advertiu que dispersará qualquer assembleia ilegal "fazendo uso dos meios que se considerar necessários", e proibiu os cidadãos de mostrar armas em público.
Violência
No dia 5 de julho, uma manifestação de uigures muçulmanos pedindo em Urumqi que se averiguasse um linchamento de membros de sua etnia em Cantão (sul da China) acabou em ataques desse grupo contra chineses da etnia han.
Isso marcou o começo de quatro dias de hostilidades entre uigures e hans, nos quais morreram 184 pessoas (três quartos delas hans, segundo as autoridades, que não esclareceram ainda quais dessas mortes aconteceram no dia 5 ou em datas posteriores).