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Terça-feira, 16 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Conformados, moradores da zona norte tiram do próprio bolso para driblar falta de água

Há cerca de dois meses, a água no salão de beleza que Ana Maria de Lima Moura tem no Parque Edu Chaves, zona norte de São Paulo, começou a chegar fraca às torneiras. O episódio passou a se repetir todos os sábados, por volta das 16h, horário de grande movimento de clientes. Preocupada e já ciente do problema de abastecimento que a região metropolitana enfrenta, ela buscou sua própria solução, sem esperar qualquer resposta da Sabesp.


— Gastei uns R$ 1.000 para instalar uma caixa d’água aqui. Com esse dinheiro daria para pagar várias contas de água. Mas estavam falando em racionamento e, se faltasse durante o dia, eu não teria como trabalhar e aí o prejuízo seria maior. Imagine só, deixar as clientes com produtos no cabelo. Não tem condições.

Regina Costa, moradora da Vila Nova Mazzei, conta que passou a comprar a água que bebe. Segundo ela, quando o abastecimento é retomado, a água vem “espumosa” e com um forte cheiro de cloro.

— Eles falam que não tem problema em tomar. Mas desde que isso começou, eu compro água mineral. Nem para passar café tenho coragem de usar essa água.

Paulo Portela, também morador do Parque Edu Chaves, diz que há cerca de três meses a Sabesp corta diariamente a água da rede por volta das 21h e só religa pela manhã.

— Eu me adaptei, já encho baldes e garrafas e tomo banho mais cedo. Agora tenho que pensar no horário para tudo, porque depois de certa hora sei que não vai ter água. O governo pode falar que não é racionamento, mas para mim é.

Há cerca de uma semana, o problema chegou à casa do jornaleiro Celso de Oliveira, na Vila Constança.

— Das 21h até 6h a gente já sabe que não pode contar com a água que vem da rua. O chuveiro não está ligado na caixa, então, se não tomar banho à noite, só no outro dia ou de balde.

Todos os moradores entrevistados pelo R7 na zona norte disseram que desde que o problema começou não entraram em contato com a Sabesp porque já imaginaram que tivesse relação com a falta de chuvas. William Santos reside na Vila Albertina e diz que os baldes já fazem parte da rotina na casa dele.

— Acho que a situação vai até piorar. Ligar na Sabesp para quê? O problema é na cidade toda. Agora estão até tirando água lá do fundo da represa. Tem que ter paciência, economizar e se virar como pode.

A Sabesp diz que os cortes de água nos bairros citados “se devem a manobras técnicas operacionais”. Segundo a companhia, o abastecimento desses consumidores está sendo transferido do sistema Cantareira para os sistemas Alto Tietê e Guarapiranga.
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