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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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Cidade chinesa retoma rotina sob forte vigilância das tropas

Os moradores de Urumqi, capital da Província de Xinjiang, começam a retomar a rotina neste domingo sob forte vigilância das tropas de segurança nos bairros uigures. A cidade foi cenário de violentos distúrbios e conflitos étnicos, entre a minoria uigur e a maioria han, que deixaram ao menos 184 mortos e 1.680 feridos, segundo dados oficiais.


As lojas abriram e o trânsito intenso retornou às ruas de Urumqi, a capital da região deserta na fronteira ocidental da China.

Familiar de chinesa han morto em distúrbios chora no funeral, em Urumqi, Xinjiang
"Parece que estamos voltando ao normal agora, mas eu sinto que vai haver mais problemas", disse Xia Lihai, um vendedor chinês Han. Ele afirmou haver riscos de mais protestos quando as prisões, julgamentos e sentenças forem anunciados.

Um incêndio em uma refinaria operada pela PetroChina foi controlado na manhã deste domingo, e a polícia não descarta um ataque premeditado.

A explosão aconteceu na refinaria da Corporação Nacional de Petróleo da China, a maior petrolífera nacional, no distrito de Midong, no norte de Urumqi. Os bombeiros demoraram cerca de duas horas para apagar as chamas.

A região de Xinjiang, no extremo noroeste da China, tem as maiores reservas terrestres de petróleo da China.

Ronda

Membros das forças de segurança chinesas patrulham rua de Urumqi para evitar tensão
Neste sábado, Zhou Yongkang, a autoridade para Assuntos de Segurança, visitou as cidades de Kashgar e Hotan, no sul de Xinjiang, pedindo uma "parede de aço" de segurança para "vencer a dura batalha para manter a estabilidade de Xinjiang".

As autoridades devem "cortar os perigos escondidos pela raiz", ele disse, acusando "forças hostis" do país e do exterior pelos protestos.

A TV local exibe apelos constantes por harmonia étnica, enquanto o acesso à internet foi bloqueado em Xinjiang.

Vítimas

Segundo os dados oficiais, citados pela agência Xinhua, as vítimas dos confrontos incluem 137 membros da maioria étnica han e 46 uigures. Uma última vítima era da etnia hui. O balanço anterior indicava apenas que 156 pessoas haviam morrido.

"Entre os mortos, 137 são hans --111 homens e 26 mulheres. Quarenta e seis são uigures, 45 deles homens e uma mulher", disse a agência.

As autoridades chinesas não detalharam, contudo, quantas pessoas morreram em 5 de julho --quando começaram os choques entre forças de segurança e manifestantes uigures, assim como ataques de membros desta etnia contra chineses han-- ou em dias posteriores, nos quais houve linchamentos de han a uigures, como vingança pela violência.

O novo número de mortos foi oferecido pouco depois de se anunciar a reinstalação do toque de recolher noturno para prevenir novos incidentes.

Histórico


Os confrontos do último dia 5 começaram com a repressão das forças de segurança aos protestos de uigures. O grupo de uigures, minoria muçulmana na China, protestava contra o governo chinês por ter ocultado o linchamento de uigures em 26 de junho em uma fábrica de brinquedos da Província de Cantão (sul), incidente no qual morreram duas pessoas e que foi o estopim para a escalada de violência.

Após o domingo de violência, os chineses da maioria han, que vivem décadas de confrontos com os uigures, foram às ruas protestar contra o episódio de violência e os danos causados a lojas, carros e estabelecimentos comerciais em meio aos distúrbios.

As minorias há muito se queixam que membros da etnia han colhem a maioria dos benefícios dos investimentos e dos subsídios oficiais, enquanto fazem com que os moradores locais sintam-se como estrangeiros.

Os uigures, uma etnia de origem turca, predominantemente muçulmana, eram mais de 80% dos moradores de Xinjiang ( que hoje tem 20 milhões de habitantes), mas nas últimas décadas o governo chinês empreendeu uma política de imigrações de chineses han para a região.
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