Centradas na discussão sobre os limites do "ativismo judiciário", começam nesta segunda-feira as audiências no Senado americano que devem confirmar a juíza Sonia Sotomayor como a mais nova integrante da Suprema Corte dos Estados Unidos.

Apesar da oposição dos republicanos, o governo conta com maioria absoluta no Senado e deve garantir que ela se torne o primeiro integrante de origem hispânica a atuar na corte.

Juíza Sonia Sotomayor passa hoje por audiência de confirmação no Senado dos EUA; republicanos centram fogo em seu "ativismo"
Sua confirmação não alterará o equilíbrio político do órgão --hoje composto por quatro magistrados conservadores, quatro liberais e um conservador moderado--, já que, se aprovada pelo Senado, Sotomayor substituirá o juiz David Souter, 69, que costumava seguir a ala liberal do órgão.

Ao ser indicada, a juíza foi elogiada pelo presidente Barack Obama tanto por sua "experiência" profissional quanto pela "jornada extraordinária que percorreu" a filha de porto-riquenhos nascida no Bronx, em Nova York, aluna das universidades Princeton e Yale.

A "identificação" da juíza com minorias, sobretudo com as mulheres e com os latinos, é criticada como abertura para possível "ativismo judiciário" por republicanos e deve ser explorada nas audiências.

Neste domingo, em entrevista a um programa de TV, o senador republicano Jeff Sessions afirmou que Sotomayor tem criticado "a ideia de que uma mulher e um homem possam chegar ao mesmo veredicto". "Isso é filosoficamente incompatível com o sistema americano."

Em uma decisão do ano passado, Sotomayor e outros juízes do Tribunal Federal de Apelações dos EUA em Nova York, onde trabalha desde 1998, permitiram que o município de New Haven, em Connecticut, desprezasse os resultados de uma prova que deveria resultar em promoções para os bombeiros, já que nenhum candidato negro tinha passado no teste.

Há duas semanas, a controversa sentença --criticada pela oposição como um preconceito às avessas contra os bombeiros brancos que se viram preteridos na promoção-- foi revertida pela Suprema Corte.