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Domingo, 12 de maio de 2024

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Alemanha processa acusado de crimes nazistas pela morte de 27.900 judeus

Ucraniano John Demjanjuk vai ser julgado em tribunal de Munique.

Com a saúde frágil e aos 89 anos, ele foi deportado dos EUA em maio.

A Procuradoria da Alemanha processou formalmente nesta segunda-feira (13) o acusado de crimes nazistas John Demjanjuk de participação na morte de 27.900 judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no que deve ser um dos maiores julgamentos da era pós-nazista na Alemanha.

Segundo eles, Demjanjuk, de 89 anos, vai ser julgado em um tribunal em Munique. Eles está preso no país desde 12 de maio, depois de ter sido deportado dos Estados unidos.

Demjanjuk, que insiste em sua inocência, se encontra em prisão preventiva na capital bávara desde sua extradição à Alemanha pelos Estados Unidos em 12 de maio.

A principal prova contra Demjanjuk é seu antigo documento de identificação como pessoal a serviço das SS com o número 1393, cuja autenticidade foi certificada por peritos policiais de Munique e que foi determinante para que os EUA aceitassem sua extradição.

John Demjanjuk, acusado de crimes durante o nazismo, é retirado de sua casa em Ohio em 14 de abril, em uma das tentativas frustradas para deportá-lo. (Foto: AFP)

Além disso, os promotores têm uma lista de transferências de março de 1943, na qual anuncia o envio de John Demjanjuk ao campo de concentração de Sobibor para que trabalhasse no mesmo como guarda.

A Procuradoria afirmou que não se determinou ainda a data do começo do processo contra Denjanjuk, decisão que fica nas mãos dos juízes da Audiência de Munique.

Após a entrega da folha de acusação, Demjanjuk e sua defesa têm um prazo para fazer possíveis alegações, e depois o tribunal decide a data para o começo do processo.

Demjanjuk passou por exames médicos e foi considerado apto a ir a julgamento. Ele é acusado de participação na morte de judeus em 1943 no campo de Sobibor, na Polônia, segundo a procuradoria alemã.

Ele foi deportado dos EUA para a Alemanha após uma série de tentativas da família para barrar a extradição.

Os médicos estabeleceram que Demjanjuk poderá enfrentar o tribunal em no máximo duas sessões diárias de 90 minutos cada, segundo comunicado da procuradoria.

Sua família argumentava que ele tinha a saúde frágil demais para enfrentar julgamento. Ele sofreria de problemas de coluna, falência renal e anemia.

Demjanjuk está no topo da lista dos 10 suspeitos mais procurados pelo Centro Simon Wiesenthal por crimes de guerra e poderá se tornar o foco do que parece ser o último grande julgamento da Alemanha contra um acusado de cometer crimes na época do nazismo. Ele nega ter participado do Holocausto.

O caso gerou um tímido debate público na Alemanha, indicando que 60 anos após a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, muito alemães querem deixar para trás esta página do passado.

Nenhum líder político alemão comentou sobre a deportação, que foi, no entanto, saudada por grupos judaicos.

Nascido na Ucrânia, Demjanjuk disse que foi convocado pelo Exército russo em 1941, se tornando um prisioneiro de guerra da Alemanha um ano depois, servindo nos campos alemães até 1944. Ele imigrou para os Estados Unidos em 1951 e se tornou um cidadão naturalizado em 1958.

Demjanjuk perdeu a cidadania norte-americana em 1981 e foi extraditado para Israel, onde foi condenado a morte em 1988, depois de vários sobreviventes do Holocausto afirmarem que ele era o guarda conhecido como "Ivan, o terrível", que atuou no campo de concentração de Treblinka, onde 870 mil pessoas morreram.

Mas a Suprema Corte de Israel reviu a sentença, após evidências de que outro homem era o provável "Ivan".

Ele reconquistou a cidadania norte-americana em 1998, mas o Departamento de Justiça dos EUA reviu o caso em 1999, argumentando que ele trabalhou para os nazistas como guarda em três outros campos. Sua cidadania dos EUA foi retirada novamente em 2002.
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