O Senado dos Estados Unidos deu início nesta segunda-feira às audiências para confirmação da juíza Sonia Sotomayor, 55, como a mais nova integrante da Suprema Corte do país. Ela foi indicada pelo presidente Barack Obama e deve ser a primeira integrante de origem hispânica a atuar na Corte.

A juíza já ocupou seu lugar na mesa das testemunhas frente aos 19 senadores --sete republicanos e 12 democratas-- que pertencem ao Comitê de Justiça.

Os parlamentares tentarão descobrir mais detalhes sobre as posições da juíza em questões legais, assim como suas impressões sobre um dos assuntos mais controversos nos EUA --as chamadas "ações afirmativas", similares ao sistema de cotas brasileiro.

As posições de Sotomayor em assuntos polêmicos como aborto e controle de armas ainda não estão claros, embora muitos analistas esperem que ela assuma o lado liberal ao substituir o juiz David Souter, também considerado liberal.

Os democratas estão satisfeitos com a nomeação, dizendo que ela tem qualificações exemplares. Filha de porto-riquenhos moradores de projetos habitacionais em Nova York, a indicação da juíza está em sintonia com as mudanças históricas pelos quais os EUA estão passando.

A escolha de Sotomayor se tornou controversa quando críticos apresentaram um discurso feito por ela em 2001, quando ela afirmou que uma "latina esperta" poderia chegar a melhores conclusões legais do que um homem branco por causa de seu passado.

Membros do Partido Republicano tomaram o comentário como evidência de que o comportamento de Sotomayor como juíza seria governado pelo preconceito, empatia e emoção ao invés da estrita interpretação da lei.

Apesar das críticas, os democratas têm os votos necessários no Senado para aprovar a sua indicação e os republicanos não devem se opor severamente por medo de ofender os eleitores hispânicos, um dos grupos que mais crescem nos EUA.

As audiências se estenderão durante esta semana e, entre as testemunhas que falarão a favor de Sotomayor, estão o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e a presidente da Associação Nacional de Advogados Hispânicos, Ramona Romero.

A Suprema Corte dos EUA possui nove membros com cargos vitalícios, dos quais quatro são liberais, quatro são conservadores, e um é centrista --Anthony Kennedy, que geralmente dá o voto o Minerva quando há empate.