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Quinta-feira, 09 de maio de 2024

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Em St. Maarten, pedacinho da Holanda ganha pitada francesa

Até o ar recendia a domingo. A brisa incessante, as mulheres a passear sem pressa com seus vestidos leves e claros, o mar a se desdobrar em uma infinidade de verdes, azuis e mais azuis.

Até o ar recendia a domingo. A brisa incessante, as mulheres a passear sem pressa com seus vestidos leves e claros, o mar a se desdobrar em uma infinidade de verdes, azuis e mais azuis. Só ao longo da semana, com o transcorrer dos dias, é que fica nítido que, em St. Maarten, de segunda a segunda, paira uma inesgotável atmosfera dominical.


Encravada em meio a um rendilhado de ilhas, a pequena St. Maarten guarda um cenário de cartão-postal, aquela sucessão de clichês pela qual todo mundo que chega ao Caribe espera: praias, praias e praias, com areias impecavelmente brancas, águas calmíssimas e transparentes.

Sim, tudo é exatamente como naqueles pôsteres de agência de viagem: no chão, uma infinidade de conchinhas, e, para emoldurar a paisagem, surgem transatlânticos aportados em verdes encostas de montanhas.

Colonizada por holandeses e franceses, a ilha está dividida em dois lados, com moedas, línguas e traços culturais diferentes. Não se pode dizer que ao cruzar a fronteira, quase imperceptível, se tenha a sensação de entrar em um país completamente distinto.

Não é assim. Mas os poucos quilômetros que separam as duas capitais fazem lá a sua diferença quando se presta atenção em volta. Adotada pelos americanos, a parte holandesa evoca, aqui e ali, certa aparência de 'Miami caribenha'. Lá se fala inglês, tudo é cobrado em dólares e as centenas de lojas de Philipsburg (capital do lado holandês) são 'duty-free', ou seja, não cobram taxas.

Em Front Street, principal via da cidade, eletrônicos, perfumes e roupas de grifes internacionais são vendidos a preços capazes de despertar ímpetos incontroláveis de consumo até no mais sovina dos turistas.

Não parece, mas toda essa prosperidade de St. Maarten é recente. Sem fonte de água doce, o território permaneceu praticamente inexplorado durante séculos e sua única fonte de riqueza era a extração do sal.

Paisagem valiosa

Foi só com a descoberta de seu cenário paradisíaco pelos turistas que o país cresceu e progrediu. Tanto que é inútil procurar por resquícios de glórias coloniais ou antigos casarões. Tampouco existe centro histórico.

Escondido em uma viela de Philipsburg, um desajeitado museu até tenta reconstituir o passado local. Mas não vai além de um punhado de móveis, velhos mapas e revólveres enferrujados.

Quase toda a herança histórica dos colonizadores repousa em antigos fortes. No alto de uma colina, estão as ruínas do velho Fort Louis, construído no século 18. Uma subida de muitos degraus leva até o topo da construção, de onde é possível avistar uma infinidade de praias.

Bem embaixo, quase apegado à montanha, um velho navio amarelo se desfaz no mar. Enferrujado, já está quase submerso, mas ninguém parece se dar conta e ele continua lá, afundando dia a dia.

Ao longe, despontam esqueletos de prédios em construção -novos empreendimentos para a ilha que não para de crescer- e outros em reconstrução, já que os furacões, de tempos em tempos, deixam seu rastro de destruição na paisagem.

A saída do forte é um convite para caminhar no entorno. Do outro lado da montanha, está Marigot, a capital francesa da ilha. Bem perto de uma feirinha, onde são vendidos badulaques locais, o shopping West Indies traz suas grifes exclusivas e filiais de clássicos parisienses como o luxuoso empório Hediard, com seus chocolates, especiarias e frutas glaceadas.

Com tanto sol, no entanto, convém deixar de lado as compras e as elucubrações históricas para se entregar a um passeio à beira-mar, pela calçada que margeia a marina, tomada de imensos iates e barcos a vela.

Ao redor, se multiplicam bistrôs e cafés. Alguns dedicados às especialidades da cozinha crioula. Outros, com cardápio de acento nitidamente francês, como o pitoresco L'Oiseaux Rare, onde é possível comer um steak tartar autêntico e ainda ser atendido em português, já que a dona viveu anos no Rio de Janeiro.

De resto, vale perder um pedaço da tarde em sua larga varanda vendo a praia, esperando o vento, que vai tangendo, aqui e ali, o balanço das árvores e as pequenas espumas que se levantam no mar.

Quando o sol se vai, muitos são os pretextos para não dormir: cassinos que funcionam toda a madrugada, além de dezenas de restaurantes que justificam a fama de 'capital gastronômica' do Caribe.

Mas definitivamente não é boa ideia trocar o dia pela noite em St. Maarten. As praias são muitas. Mais precisamente 37. O que torna complicada a tarefa de escolher apenas uma. Melhor é alugar um carro (quase impossível sobreviver na ilha sem um) e ir variando de cenário todo dia.

Seja qual for o roteiro, porém, não deixe de incluir Orient Beach, uma praia de nudismo no sul da ilha (a vantagem é que quem não quiser tirar a roupa também pode entrar).

Inútil repetir toda aquela ladainha de que o mar é azul, transparente, calmo. Sim, é. Mas seria simplificar demais sua beleza. Aqui, você se dá conta de que realmente está no Caribe. E isso é diferente de todo o resto.

PARA QUEM

Busca mais que praia e sossego. A ilha oferece dezenas de opções para compras, para quem gosta de vida noturna, de bons restaurantes ou de arriscar a sorte nos cassinos. Também é uma boa pedida para velejar e curtir outras modalidades de esportes náuticos.

QUANDO IR

A melhor opção é ir no verão deles (junho, julho e agosto). Para evitar dissabores, fuja do período entre agosto e novembro, época dos furacões.

DICA

É praticamente impossível se locomover sem um carro na ilha. Os táxis não cobram muito, mas alugar um automóvel talvez seja ideal. O lado holandês não exige visto para brasileiros. Mas, se o voo fizer escala em Miami, é preciso ter visto americano.

QUEM LEVA

CVC Turismo. Tel. 2191-8911 (www.cvc.com.br). A partir de US$ 1.678. Inclui aéreo, translados, seis noites em apto. duplo, com café da manhã e assistência de viagem internacional. Terra Mundi Viagens. Tel. 3201-5500 (www.terramundi.com.br). A partir de US$ 2.251. Inclui aéreo, translados, sete noites em apto. duplo, com café da manhã e assistência de viagem internacional.
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