Variedade gastronômica das culinárias regionais caiu no gosto dos torcedores em Brasília

O primeiro passo é vencer o medo do desconhecido e o segundo é não se entregar de vez ao pecado da gula. Os turistas estrangeiros que estão em Brasília para acompanhar os jogos da Copa do Mundo mostram-se, em um primeiro momento, resistentes na hora de experimentar alguma comida típica brasileira. Porém, vencida essa barreira, o difícil é resistir às mais variadas iguarias da culinária do Brasil.

— Desde que cheguei aqui no Brasil, percebi que a população está um pouco acima do peso. Daí comecei a experimentar a gastronomia de vocês e passei a entender que é difícil não se entregar a todas essas delícias, disse o francês Nathan Bonnisseau, de 23 anos, que está em Brasília com o irmão Thomas Bonnisseau, 27, para apoiar 'Os Bleus', como é conhecida a seleção francesa, e conhecer melhor as comidas brasileiras.

— Gostamos da feijoada, do churrasquinho com feijão e arroz, mas queremos mesmo conhecer mais da comida nordestina. O acarajé e os pratos com peixe são maravilhosos, completou.

A seleção da Malásia não se classificou para a Copa do Mundo do Brasil, mas não foi por isso que o país asiático deixou de mandar um verdadeiro time para ver craques do futebol de perto. Sete malaios estão percorrendo estados brasileiros acompanhando os duelos do Mundial e aproveitando os intervalos entre um jogo e outro para dar umas boas garfadas.

—A feijoada foi o mais saboroso até agora, mas vamos rodar um bocado ainda e queremos experimentar tudo que for possível, destacou Sashi Dharan, 25, enquanto deliciava-se com um típico pastel de feira popular.

—No meu país nós temos uma comida parecida. O 'curry puff'. A diferença é que aqui é mais variado: queijo, frango, carne e milho. O nosso é só com batata, explicou.

Para quem pensou que os europeus seriam os mais receosos quando o assunto é comida típica brasileira, se engana.

—Os suíços, portugueses e franceses foram os que mais experimentaram o acarajé. Sempre vem um primeiro mais curioso e quando os outros percebem que é uma comida gostosa, vêm todos de uma vez só. Alguns têm receio do tempero, mas depois da primeira mordida perdem todo o medo, destacou o comerciante Michel Monteiro, dono de uma barraca especializada em gastronomia nordestina.

Em um balanço rápido junto aos donos de barracas de comidas típicas da Feira da Torre de TV, nenhum deles reclamou do interesse por parte dos turistas estrangeiros.

— A procura está quase igual a dos brasileiros. Eles gostam mais de beber, mas estão comendo bastante também. Tem dia que falta mercadoria, sintetizou o gerente de uma barraca de churrasquinho Marcos Cleison Pereira.