Olhar Direto

Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Brasil

'Sofrimento', diz morador do RS que usa bote para sair de casa após chuva

Os alagamentos na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul trazem transtornos para os moradores da região, principalmente de Itaqui. Um empresário da cidade, considerada o epicentro do drama da chuva no estado, depende de um barco, desde sexta-feira (4), para realizar tarefas simples do dia a dia. No final da manhã deste sábado (5), Carlos Alberto Piffero Barbosa usou um bote emprestado por um amigo para buscar o almoço das filhas. Ele é proprietário de um restaurante, que fica no andar térreo da sua casa.


“É um sofrimento, é um retrocesso muito grande para o comércio. A cidade vai levar quatro a cinco meses para se recuperar”, afirmou Barbosa ao G1.

O medo de saques é outro trauma para os moradores desde que a cidade passou a ter 20% do território embaixo d’água, segundo levantamento da Defesa Civil Municipal.

“É uma tensão permanente, porque o rio está sempre subindo e subindo. Aí o comércio para de trabalhar, o restaurante para e tudo fica parado. Quer dizer que a gente fica, não se sabe sobre o risco de furto. A gente passa a noite inteira acordado. Estamos nos revezando”, detalhou o empresário.

O prefeito de Itaqui, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, Gil Marques Filho, afirmou que o número de desabrigados e desalojados em decorrência das fortes chuvas, subiu de 10 para 11 mil no final da manhã deste sábado. O número atualizado da Defesa Civil do estado, no entanto, divulgado às 13h, é de 672 desabrigados e 9.138 desalojados na cidade.

O nível no Rio Uruguai, porém, estabilizou: segue em 13,20 metros, mesmo índice da medição da noite de sexta, segundo a Defesa Civil. Além disso, moradores notaram leve recuo na água que bloqueia vias e deixa parte da população ilhada no centro da cidade.

Apesar da trégua da chuva na manhã deste sábado, a previsão indica volta da precipitação, com risco de queda de granizo, para as regiões de fronteira com o Uruguai, já bastante castigadas com as cheias de rios. A atenção fica mantida para as chuvas generalizadas ainda previstas na região da Campanha e Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. No domingo (6), as instabilidades dão origem a uma nova frente fria, que é alimentada pelo canal de umidade que vem da Amazônia sobre a região Sul.
De acordo com a previsão dos meteorologistas, as chuvas fortes registradas nos últimos dias deverão prosseguir em agosto e setembro, mas ficarão mais espaçadas entre a segunda quinzena de agosto e setembro. Com relação à temperatura, o fenômeno El Niño não impede o frio, mas não há previsão de registros de temperaturas tão baixas como as ocorridas em 2013.
Defesa Civil aponta aumento no número de pessoas atingidas pelas chuvas
Subiu para 19.606 o número de pessoas atingidas por enchentes e enxurradas no Rio Grande do Sul. De acordo com o relatório da Defesa Civil do estado, divulgado às 13h deste sábado (5), 1.725 pessoas continuam desabrigadas, enquanto 17.881 estão desalojadas. O total de municípios em situação de emergência continua 78, e dois decretaram calamidade pública. 117 cidades afirmam terem sido afetadas pelas chuvas da última semana. Duas pessoas morreram e uma continua desaparecida.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet