Mesmo anunciando que sua prioridade é "discutir projetos com a sociedade", o senador José Pedro Taques, candidato ao governo de Mato Grosso pelo PDT, não perde uma oportunidade de alfinetar o governador Silval Barbosa (PMDB) e seus aliados. Ele tratou de sepultar o que classificava como "teorias do caos" a tentativa de lhe imputar a possível paralisação de obras essenciais para o Estado, como Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), o Programa de Pontes e o MT Integrado, entre outras.

"Fazemos oposição ao modelo que está aí. Toda obra tem que ser terminada. As obras de mobilidade vou terminar, em meu governo", afiançou ele. O candidao do Partido de Leonel Brizola entende que a sociedade perde muito mais em caso de paralisação das obras.

Todavia, caso haja falhas, como superfaturamento ou mesmo execução com material abaixo da qualidade contratada, Taques vai mandar apurar e tentar punir os responsáveis. "Os senhores podem ter certeza. Eu não vou jogar o lixo para baixo do tapete", assegurou ele.

Taques questionou, por exemplo, a compra antecipada das locomotivas do VLT. "Quem garante que não vamos registrar prejuízo tecnológico? E os vagões estão sob o sol 'rachando' daqui, guardada ao relento, ao lado do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. É o correto?", questinou Taques.

"Vamos apurar [na compra do VLT], sim: quanto pagou, como pagou e porque pagou. Contudo, é certo que a obra do VLT tem que acabar. Obra parada é prejuízo para a sociedade", emendou o candidato pedetista.

Novo Fethab

Pedro Taques anunciou que irá rediscutir o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), cuja lei foi alterada pelo deputado José Riva, candidato a governador pelo PSD, para destinar 50% da receita para os municípios. "O Fethab arrecada mais de R$ 900 milhões por ano e, hoje, todos sabem que destina um terço para a Secopa. É desvio de finalidade", afirmou ele, para a reportagem do Olhar Direto.

"Se há tanto dinheiro arrecadado no Fethab, então, porque o atual governo contratou financiamento de R$ 1,4 bilhão para o MT Integrado e, ainda, R$ 540 milhões ao Programa de Pontes? A lei [do Fethab] precisa de maturação. Confio nas prefeituras, sim, mas os municípios não têm condições de administrar", sintetizou o candidato do PDT.

"E porque descentralizar o Fethab noa apagar das luzes?", completou Pedro Taques, que deixa implícita sua intenção de não dividir o bolo com as prefeituras.

Outro lado

Silval Barbosa respondeu, via assessoria, que não irá debater com Pedro TAques porque não é candidato a nada, nas eleições deste ano. Ele citou que todos os investimentos do governo de Mato Grosso estão disponíveis no portal www.mt.gov.br e, também, no Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan), "à disposição de todos que desejam tirar dúvidas sobre atos da administração estadual".