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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Na disputa por governos, senadores lideram em um terço dos Estados

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, decidiu não se licenciar do Senado para concorrer à Presidência da República neste ano. Para os tucanos, Aécio pode aproveitar o mandato para demarcar posição durante a campanha. E, levando em conta o desempenho dos senadores que concorrem aos governos estaduais neste ano, a estratégia faz sentido.


O Senado parece uma boa plataforma eleitoral. Das 27 disputas estaduais e no Distrito Federal deste ano, um terço é liderado por um senador, segundo as mais recentes pesquisas de intenção de voto.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) sai na frente do ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad, com 39% a 20%, indica pesquisa Ibope divulgada na primeira semana de agosto.

Mais para o norte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) lidera com 36% das intenções de voto a corrida eleitoral em Mato Grosso, à frente de Lúdio Cabral (PT), que aparece com 14%, e José Riva (PSD), com 13%.

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Outro senador que sai na frente é Armando Monteiro Neto (PTB-PE), que tem 47% das intenções de voto ao governo de Pernambuco, segundo levantamento divulgado pelo Datafolha neste mês. Por lá, o candidato da situação, Paulo Câmara (PSB), tem apenas 16% da preferência dos eleitores.

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Para Armando Monteiro, o bom desempenho dele e dos colegas nas disputas pelo Executivo nos Estados se justifica porque “senadores são atores políticos que acumulam uma trajetória densa”. Antes de se eleger senador, Monteiro foi deputado por 12 anos — em oito deles, também presidiu a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

— As pessoas identificam nos senadores uma certa senioridade [anos de atuação pública] do ponto de vista político. Mas, na última eleição municipal, há registros de muitos senadores que perderam. [O candidato] tem de associar a essa circunstância [de senioridade] um reconhecimento da população de ele prestou serviços ao Estado.

Produtividade

Líder na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul — de acordo com pesquisa Datafolha divulgada no dia 15 deste mês — a senadora Ana Amélia (PP-RS) está em seu mandato de estreia como política no Congresso Nacional e não tem tanta estrada na vida pública quanto Monteiro. Para ela, o que conta é o histórico de desempenho do candidato, seja ou não senador.

Ana Amélia se filiou ao PP (Partido Progressista) em 2009, após quase 40 anos de atuação no jornalismo, e disputou sua primeira eleição em 2010, sendo eleita com quase 30% dos votos válidos. Autora de 57 projetos no Senado — 16 dos quais foram aprovados e remetidos à Câmara — a senadora destaca a Lei da Quimioterapia Oral, de sua autoria, que já foi sancionado pela Presidência da República e está em vigor desde maio de 2014.

— Eu era uma jornalista conhecida, mas não sabiam do que eu era capaz de fazer no Parlamento. Com três anos e meio, tive uma produtividade apreciável. Para uma senadora que não tem nem meio mandato [de oito anos] concluído, fazer uma lei passar por comissões no Senado, na Câmara e de novo no Senado antes de ser aprovada e sancionada pela presidente é de uma complexidade tamanha.

Líderes

A liderança de um senador na disputa por governos estaduais se repete no Amazonas, com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), no Ceará, com Eunício Oliveira (PMDB-CE) e no Piauí, com Wellington Dias (PT-PI). Em Sergipe, pesquisa Ibope divulgada neste mês aponta empate no primeiro lugar entre o senador Eduardo Amorim (PSC-SE) e o governador Jackson Barreto (PMDB), com 33% das intenções de voto.

Também lidera em seu Estado o senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), que, segundo o Instituto Souza Lopes, tem 45,5% das intenções de voto contra 29% do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. Outro senador, Vital do Rêgo (PMDB-PB) aparece, contudo, apenas em terceiro na disputa paraibana, e com míseras 4,4% das intenções de voto.

Pelo que indicam as pesquisas de intenção de voto, apesar de servir como boa plataforma de lançamento para campanha, o Senado não deve assegurar sucesso a todos os parlamenteares nestas eleições. Por enquanto, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) é apenas o terceiro na corrida pelo Palácio do Buriti, em Brasília, assim como o senador Lindberg Farias (PT-RJ), terceiro colocado em intenções de voto no Rio de Janeiro.
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