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Segunda-feira, 20 de maio de 2024

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Chanceler do governo Zelaya ameaça "medidas mais duras" por restituição

A chanceler do governo do presidente deposto em Honduras, Patricia Rodas, afirmou nesta quinta-feira que os apoiadores de Zelaya tomarão "medidas mais sérias" caso os "golpistas" não entreguem a Presidência nas negociações para a solução da crise --que devem ser retomadas neste sábado, sob a mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias.


"Em qualquer momento, o mundo inteiro verá como semeamos a bandeira em qualquer lugar de Honduras, [Zelaya] vai se impor, como fez até agora, conduzindo pessoalmente a resistência popular. Agora só falta conduzir o governo", disse Rodas, parte da delegação que representará Zelaya nas negociações de Costa Rica.

O grupo que irá representar Zelaya será composto ainda por Aristides Mejia, ex-ministro da Defesa; Milton Jimenez, ex-ministro dos da Relações Exteriores e Enrique Flores Lanza, ex-ministro da Presidência. Já a delegação representando o governo interino terá à frente o novo chanceler, Carlos Lopez, o empresário e antigo dirigente do Partido Democrata-Cristão, Arturo Corrales; Maurícia Villeda, ex-pré-candidato à Presidência pelo Partido Liberal, e Vilma Cecilia Morales, ex-presidente da Suprema Corte hondurenha.

Rodas chegou nesta quinta-feira a La Paz, junto ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, principal aliado regional de Zelaya. Os dois participam de uma celebração pelos 200 anos da revolução da cidade de La Paz.

A ex-chanceler se reuniu ainda com o presidente boliviano, Evo Morales, o equatoriano, Rafael Correa, o paraguaio, Fernando Lugo; o vice-presidente do Conselho de Ministros de Cuba, Jorge Sierra Cruz, além de delegados do Chile, Argentina, Brasil e Espanha.

A chanceler de Zelaya acrescentou que "o presidente já está caminhando para Honduras" e tomará o poder "na medida em que os criminosos contra a democracia retrocederem".

"Demos um ultimato para que comecem a desmontar o aparelho golpista e o presidente possa ir com toda segurança, sem condições e imediatamente, para que seja devolvido o edifício onde governa em Honduras", acrescentou, em uma provável referência ao pedido de "insurreição" contra o governo interino hondurenho por Zelaya nesta terça-feira (14).

Concessão

O presidente interino, Roberto Micheletti, aceitou nesta quarta-feira a possibilidade de renunciar. 'Se em algum momento a decisão [de renunciar] favorecer a paz e a tranquilidade no país, sem o retorno, que conste, sem o retorno do ex-presidente Zelaya, estou disposto a fazê-lo', disse a jornalistas.

Ele afirmou que a sua oferta de renúncia foi apresentado por uma delegação hondurenha nos Estados Unidos, presumivelmente para o governo americano. Não ficou claro se o governo dos EUA recebeu a proposta para pôr fim à instabilidade no país.

Micheletti foi designado para a Presidência pelo Congresso Nacional, após o a derrubada de Zelaya pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do Parlamento, em 28 de junho passado. Desde então, seu governo, que não foi reconhecido por nenhum país, sofre com a rejeição internacional, e se apoia em uma aparente coesão entre os poderes no país para manter-se no poder até o início do próximo ano, quando deve assumir o presidente eleito nas eleições previstas para novembro.

Zelaya foi deposto na madrugada do dia em que pretendia realizar a votação sobre mudanças constitucionais que, segundo os opositores, tinha como objetivo eliminar a proibição à reeleição. O presidente deposto nega essa intenção, descartando ter sido enquadrado de forma adequada à pena de perda de mandato prevista na Constituição hondurenha para quem tentar remover essa barreira.

Embora rejeite o retorno de Zelaya, o governo interino negocia com o presidente deposto em reuniões mediadas pelo presidente da Costa Rica, Oscar Árias.

A continuidade desses encontros foi confirmada nesta quarta-feira, depois de ter sido colocada em dúvida nesta terça-feira por Zelaya. Segundo o governo costarriquenho, delegações representando Zelaya e o presidente interino participarão da segunda reunião de negociação neste sábado, em busca de uma solução para a crise política. a primeira reunião acabou sem avanços representativos e nem ao menos um encontro entre Zelaya e Micheletti.
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