Uma prece do Pai-Nosso cantada em coro e um telão exibindo fotos das 199 pessoas que morreram foram os últimos momentos do ato ecumênico que lembrou na noite desta sexta-feira (17) as vítimas do acidente com o Airbus da TAM há exatos dois anos em São Paulo. A cerimônia ocorreu bem em frente ao Aeroporto de Congonhas, no terreno onde ficava o prédio que foi destruído após a colisão com a aeronave.
O ato começou às 18h48 com um minuto de silêncio, lembrando exatamente o momento da queda do avião, que não conseguiu pousar na pista e atingiu o prédio da TAM em cheio no dia 17 de julho de 2007. Participaram da celebração parentes e amigos das vítimas. Entre as autoridades estavam, o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, e o secretário de Estado da Justiça, Luiz Antonio Marrey.
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O evento reuniu um padre da Igreja Católica, um pastor da Assembleia de Deus e um dirigente de um centro espírita. Todos levaram palavras de apoio e solidariedade àqueles que perderam conhecidos no voo JJ3054. No palco, Dario Scott, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da TAM (Afavitam), defendeu que no terreno seja criado um memorial em homenagem aos que se foram.
No entanto, de acordo com ele, qualquer obra só terá início após a conclusão da fase de desapropriação dos cinco imóveis no entorno. “Vamos concluir essa reflexão com as famílias. Falta só um imóvel agora”, contou Kassab.
Durante as homenagens, muito choro, abraços, apertos de mãos. No chão, rodeadas por flores, 199 estrelas de papel foram colocadas. A banda da PM tocou o Hino Nacional e dois cantores se apresentaram. “Se nós não homenagearmos nossos parentes, quem vai? Não esquecemos. Hoje estou aceitando mais, mas não estou 100%”, disse Abner Lemes de Souza, 19, que perdeu o pai, João Valmir, na tragédia.
Um pouco mais cedo, os integrantes da associação fizeram um protesto pacífico em frente ao check-in da TAM em Congonhas. Com o apoio de passageiros, o saguão parou por um minuto em memória dos 199 mortos e novamente essa quantidade de estrelas foi colocada no chão.
No início da tarde, o trânsito ficou complicado na Avenida Washington Luis, que beira o terreno onde houve o ato ecumênico. Um grupo de parentes das vítimas colocou fotos, cartazes e flores no muro que cerca o local. Era mais uma homenagem. Palavras de amor, solidariedade e saudade estampavam ali todo o sentimento de quem não vai esquecer por um bom tempo o dia 17 de julho de 2007.
