Olhar Direto

Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Política BR

Plataforma de financiamento coletivo usa "jeitinho brasileiro" para transformar internautas em doadores

O financiamento coletivo (também chamado de crowdfunding) já não é uma novidade, mas ainda tem bastante espaço para crescer no Brasil. A possibilidade de contribuir para que o novo livro do seu autor favorito seja publicado ou até mesmo financiar a fabricação de um produto inovador são situações que devem ficar mais comuns para os internautas brasileiros.


Apesar da fama e de alguns projetos, o tema ainda encontra barreiras como a desconfiança de doadores e a falta de projetos cativantes. A CEO da plataforma Kickante, Candice Pascoal, explica que a companhia está investindo em atendimento diferenciado para "educar" criadores de campanhas e contribuidores.

—  Nós fazemos uma coisa que o Brasil precisa quando falamos de crowdfunding, que é a uma formação de opinião e também a educação e o treinamento sobre o que é o financiamento coletivo. A gente tem muitas pessoas pelo Brasil que nunca lançaram uma campanha e que nunca teriam lançado sem o contato da Kickante.
A executiva da Kickante explica que o site tem uma preocupação em trabalhar com instituições conhecidas, para fazer com que o financiamento coletivo seja mais conhecido e também para incentivar esse tipo de participação. Para Candice, esse modelo de investimento colaborativo requer uma infraestrutura maior do que apenas "uma ideia e várias necessidades".

— Não é só para quem precisa. É também para quem pode. Se você tem uma rede de contatos e um projeto, você consegue arrecadar para o seu projeto e ser independente. Sem ter que passar por muita burocracia.
 

Uma das campanhas que teve maior destaque na plataforma até hoje foi o financiamento da atleta e medalhista olímpica Maureen Maggi, que conseguiu 45% do patrocínio para voltar a treinar via Kickante e hoje está de volta às pistas. O site também trabalha com ONGs, como Greenpeace, Médicos Sem Fronteiras, WWF e outros.

Tendência

Mestre em comunicação, professor da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e pesquisador de cibercultura, Erick Felinto, comenta que o financiamento coletivo pode ser uma das próximas tendências da rede a ganhar força com os internautas brasileiros.

— As iniciativas de financiamento coletivo são uma tendência. As pessoas estão tendo a força para criar coisas novas. Produzir, definir os rumos da própria tecnologia. Isso parece muito interessante e acredito nessa tendência para os próximos anos. Indivíduos que podem usar a força do coletivo e se aglutinarem em torno de temas que eles acreditem.

Felinto ainda comenta que as plataformas de financiamento coletivo refletem o "poder do pequeno", ou seja, a possibilidade de concretizar o desejo de um grupo ou nicho, algo posibilitado por plataformas voltadas para a internet. O pesquisador ainda aponta essa como uma das principais tendências para a internet nacional nos próximos anos.

Jeitinho brasileiro

Comparando sua plataforma com nomes de sucesso fora do País, como Kickstarter e Indiegogo, Candice explica que a Kickante trouxe inovações pensadas para o mercado brasileiro. Dentre elas, estão as possibilidades de financiar um projeto parcialmente – sem que seja necessário atingir a meta, por exemplo.

— O crowdfunding não nasceu no Brasil, mas é interessante porque nós conseguimos inovar. A gente faz o que Kickstarter e Indiegogo têm e conseguimos ir além. No caso de uma ONG, ela vai fazer bom uso do dinheiro, mesmo que não consiga arrecadar o total proposto pela sua campanha. É uma instituição que sempre vai precisar do dinheiro.

Outra novidade da plataforma de financiamento coletivo é a opção de dividir o valor da contribuição no cartão de crédito. A plataforma ainda conta com um atendimento via chat para "acalmar" doadores e também os criadores de campanha.

Apesar do foco social, a executiva afirma que sua companhia permite a criação imediata de campanhas de arrecadação. Perguntada sobre os casos de pedidos de financiamento para projetos inusitados, a executiva afirma que a Kickante não tem preconceitos.

— Nós não julgamos a sua campanha. Há toda uma preocupação com o marketing e o design da página

Candice ainda revela que a plataforma se prepara para lançamento nos Estados Unidos, Europa e China.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet