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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Vídeo em rede social ajuda mãe a reencontrar filho depois de 22 anos

Vídeo em rede social ajuda mãe a reencontrar filho depois de 22 anos
Um vídeo publicado em uma rede social e compartilhado por mais de 7,9 mil pessoas na internet ajudou uma mãe de São Carlos (SP) a reencontrar o filho 22 anos após o desaparecimento dele. O rapaz, que segundo a família tem problemas neurológicos devido a um acidente, vivia como morador de rua há pelo menos cinco anos em Cambé, no Paraná. Uma moradora da cidade que o encontrava com certa frequência decidiu ajudar (veja acima).


Osmar Rodrigues, de 50 anos, saiu de casa para comprar cigarros quando tinha 28 e não voltou mais. Segundo Maria Elena Rodrigues, o irmão tomava remédios e passava por tratamento desde os 20 anos, quando se acidentou em Poços de Caldas (MG) ao cair durante uma corrida de bicicleta.
"Três meses após o tombo, ele teve problemas, ficou internado no hospital psiquiátrico, mas depois melhorou", contou a auxiliar de enfermagem de 62 anos que atualmente vive em Curitiba (PR), mas há cinco meses está em São Carlos para cuidar da mãe, de 80 anos, que adoeceu.

O drama da família de Maria terminou na sexta-feira (26) quando todos tiveram notícias sobre o paradeiro de Osmar, graças à iniciativa da paranense Noemy Oliveira. Ela, que trabalha como motorista de van em Cambé, contou que via o rapaz pelas ruas, às vezes no frio, às vezes na chuva.

"Me chamava a atenção porque ele é uma pessoa especial e muitos gostavam dele, o olhavam com compaixão. Por muitas vezes, dei um prato de comida e cada vez que passava por ele pedia a Deus para dar uma oportunidade e ajudá-lo", relatou ela o G1.

Disposta a fazer a parte dela, Noemy pensou na internet como um canal ágil de comunicação e decidiu gravar um vídeo pelo celular. Ela parou Osmar na rua, perguntou o nome dele, dos pais, dos irmãos, onde moravam e se ele gostaria de voltar para casa. As imagens foram postadas na web com uma breve descrição, na quarta-feira (24), e dois dias depois chegaram a conhecidos dos familiares. "Pensei que seria um bom caminho para alcançar algum parente e deu certo. Fiquei muito feliz porque muita gente ajudou nesse reencontro", contou a motorista.
Solidariedade
Uma dessas pessoas foi a advogada de São Carlos Ana Paula Barros, que assistiu ao vídeo compartilhado por uma amiga de Araraquara. "Eu também compartilhei, assim como a mãe do amigo do meu filho. As imagens chegaram a uma amiga da família do Osmar", contou.

A advogada conseguiu o telefone dos familiares e entrou em contato para dar a notícia. Coincidentemente, o caso foi divulgado em uma rádio da cidade. "A gente começou a falar sobre a situação, a irmã dele soube e nos procurou", contou Carlos Oliveira, produtor da emissora.

Ana Paula conversou com o marido e ambos se ofereceram levar Maria até o Paraná para buscar o irmão. "Eu não poderia perder esse momento. Fazer esse reencontro era o mais importante e tinha que acontecer rápido. Qualquer hora poderia ser um tempo perdido pelo resto de uma vida", disse a advogada.

O marido dela, Adriano Luiz, foi quem dirigiu por sete horas até Cambé na sexta-feira para proporcionar o reencontro. "Foi muito emocionante, o Osmar não fala muito, mas reconheceu a irmã. O olhar dele para ela era diferente do que foi para nós. Ele estava sujo, largado. Ela o beijou na cabeça, o abraçou, foi um carinho instantâneo de 22 anos atrás que naquela hora voltou", relatou Ana Paula.

Drama
A irmã de Osmar disse que desde o desaparecimento a família vivia um grande drama, mas nunca perdeu a esperança de encontrá-lo. A procura passou de delegacias a hospitais, de emissoras de rádios a tentativas em programas de TV. "Foi difícil, mas a gente vê casos de reencontros depois de 30, 40 anos. Isso nos dava forças e sempre soubemos que ele estava vivo, a expectativa era grande", afirmou Maria.
A auxiliar de enfermagem contou que não consegue descrever a emoção do reencontro (veja o vídeo ao lado) e que agora quer aproveitar ao máximo a companhia do irmão. "Ainda vai demorar um pouco para ele se adaptar, mas desde que chegou ele fica no quintal, conversa com os vizinhos, canta algumas músicas do Bezerra da Silva e ainda se lembra como toca violão", relatou.

Osmar contou a ela que, quando saiu de casa, foi para Araraquara e não soube mais como voltar. Desde então passou perambular pelas ruas, mas não soube dizer como foi parar no sul do país. "Deus colocou muitos anjos no caminho, sou muito agradecida a cada pessoa iluminada que ajudou a trazê-lo de volta", disse Maria.

Para a advogada que auxiliou a família, a experiência será inesquecível. "Vários andarilhos não sobrevivem por muito tempo ao frio, a fome, mas Deus cuidou do Osmar por 22 anos para que um dia ele pudesse reencontrar a mãe. Essa é a maior prova de que Ele existe em cada detalhe e moveu as pessoas de que precisava para realizar este momento", disse Ana Paula.
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