Da Auto PressAté mesmo os mitos mudam. Historicamente associada à sofisticação e tradição, a Jaguar abriu mão de vez dos traços clássicos na nova geração do sedã grande XJ. Se, nas reestilizações anteriores o maior sedã da marca manteve o "parentesco" com o XJ original, lançado em 1968, o novo Jaguar bebeu de outras fontes. Além de um estilo renovado, o top de linha recebeu novos equipamentos e soluções. Tudo para enfrentar os rivais das chamadas marcas premium, que a cada geração avançam em tecnologia e requinte.

As linhas frontais reproduzem os traços gerais do médio-grande XF, com capô elevado marcado por vincos, grade retangular avançada e faróis afilados bixênon com função adaptativa -- que diminui a intensidade caso venha um carro no sentido contrário. No perfil, se destaca a terceira janela em forma de gota. As colunas traseiras são pintadas de preto, uma tentativa de dar a impressão de um "teto flutuante", segundo a marca britânica, atualmente controlada pela indiana Tata.

A ruptura com o passado fica ainda mais evidente na traseira. As antigas lanternas, pequenas e discretas, deram lugar a LEDs em forma de três filetes, que avançam sobre os ombros dos para-lamas. O teto panorâmico se divide em duas partes, mas apenas a seção dianteira pode ser aberta.

O interior é recheado de luxo, e também de "gadgets" para acompanhar a era da conectividade sobre rodas. O mais chamativo é o quadro de instrumentos virtual, exibido em uma tela LCD de 12,3 polegadas, programável. No modo normal, o velocímetro é ladeado pelo termômetro e medidor de combustível à esquerda e pelo conta-giros à direita, que pode dar lugar a uma função do menu ou um alerta. No modo Dynamic, que enrijece os amortecedores e realiza trocas em alta, os instrumentos se tornam vermelhos, com um indicador de marchas que brilha no limite de giros.

O console ostenta uma tela touch screen de oito polegadas, que comanda o som da britânica Bowers & Wilkins, com 20 alto-falantes, efeito surround 7.1. Na parte de conforto não poderiam ficar de fora os revestimentos em couro, presentes no painel, portas, console central, descansa-braço e com costura dupla nos bancos, e os detalhes em madeira que circundam o painel -- são nove opções, além dos acabamentos em fibra de carbono e piano black.

Tal como seus antecessores, o novo XJ está disponível nas versões curta, com 5,09 metros de comprimento e entre-eixos de 3,03 m, e longa, com 5,21 m e 3,15 m, na mesma ordem. A largura é de 1,89 m e a altura, 1,46 m, enquanto o porta-malas oferece 520 litros de capacidade.

São cinco as opções de motorização, sempre com câmbio automático de seis marchas e tração traseira. A única a diesel é a V6 2.7, que gera 206 cv de potência e 44,3 kgfm de torque. Há também um V6 3.0 a gasolina, com 243 cv e 30,5 kgfm. Para os fãs de motores V8, o XJ pode vir equipado com um 3.5 com 266 cv e 35,1 kgfm, além do V8 4.2, em versões aspirada com 304 cv e 42,8 kgfm, e com compressor mecânico, com expressivos 405 cv e 56,3 kgfm. Nas versões mais potentes, XJR curta e Super V8 longa, o Jaguar faz de zero a 100 km/h em 5,3 segundos e atinge a máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente.

Em segurança, o modelo oferece airbags duplos frontais, laterais e do tipo cortina, que se somam ao aparato composto por controle de cruzeiro adaptativo, monitoramento de pontos cegos -- herdados da Volvo, na época em que a marca ainda fazia parte do Grupo Ford --, freios ABS, controles de estabilidade e de tração. A suspensão independente nas quatro rodas a ar possui controle de amortecimento eletrônico.

O novo XJ já está sendo faturado na Europa, mas só chega ao mercado de fato no ano que vem. O sedã estará disponível em quatro versões: Luxury, Premium Luxury, Portfolio e Supersport. No Brasil, será lançado no primeiro semestre de 2010, provavelmente apenas com motores V8 e com preços acima de R$ 420 mil. Na Inglaterra, o sedã parte de 52.500 libras para a versão 3.0 V6 Luxury curta e vai até 88 mil libras para o 5.0 V8 Supersport longo. Algo entre R$ 169 mil e R$ 283 mil.