A Autoridade Nacional Palestina (ANP), que governa o território palestino da Cisjordânia, afirmou neste sábado que irá permitir que a rede de televisão do Qatar Al Jazeera retome suas operações no território, após ter proibido a transmissão do canal de notícias no início desta semana por "incitação" e "calúnias".

A ANP baniu nesta quarta-feira (15) o canal de notícias árabe e ameaçou processá-lo por alegações de que o canal transmitiu conteúdo difamatório contra o presidente Mahmoud Abbas.

Salam Fayyad, primeiro-ministro do governo de Abbas, afirmou em uma nota que decidiu revogar a decisão de suspensão, mas que a ação legal contra o canal de TV "pelo contínuo incitamento contra a Organização para Libertação Palestina e a Autoridade Nacional Palestina" continuará.

A decisão da ANP foi uma resposta a uma entrevista transmitida na terça-feira (14) na qual Farouk Qadumi, um líder palestino opositor à ANP, acusa Abbas e um outro político palestino de envolvimento em um suposto plano para matar Yasser Arafat, que morreu em 2004, em Paris.

O ministério disse que as alegações levantadas pela Al Jazeera e atribuídas a Qadumi não são verdadeiras.

Walid al Omary, chefe do escritório da Al Jazeera em Israel e nos Territórios Palestinos, celebrou a decisão. "Esta é a decisão certa. A mídia não deve ser banida por fazer o seu trabalho. Se eles têm algo contra a gente, eles devem ir à Justiça", disse Omary.