Garotos de 12 a 16 anos colocaram imagens em site de relacionamento.
Eles também publicaram fotos do que seria dinheiro roubado e drogas.

Uma investigação policial feita na Cidade Ocidental (GO), que fica a 48 km de Brasília, descobriu imagens surpreendentes em um site de relacionamentos. São jovens, segundo a polícia, envolvidos com gangues, muitos deles menores de idade. Eles se exibem nas fotos portando armas e mostrando dinheiro supostamente roubado, além de material que aparenta ser droga.

Um policial que não quis se identificar conhece bem a rotina das gangues. “Em todo o trabalho de investigação e levantamento que foi feito, o menor aparece armado, aparece na frente dessa turma. Eles fazem uso de armamento, e nós já temos fotografias. Temos todo um trabalho em cima de um armamento pesado, como escopeta calibre 12 e até um fuzil AR-15”, afirma o policial.

Nas fotos, os jovens também exibem dinheiro e celulares supostamente roubados. Em uma das imagens, o número '157' é escrito com notas de cem reais. O que seria, segundo a polícia, um deboche ao artigo 157, que trata de roubo no Código Penal. Eles também organizam as cédulas indicando a gangue à qual pertencem. A sigla foi feita com um pó branco, que pode ser cocaína.

A iniciação na gangue começa cedo, ainda na infância. De acordo com a polícia, a partir dos 9 anos as crianças são recrutadas pelos líderes do grupo. Aos poucos, passam a cheirar tinner, cola, usar craque e a fumar maconha. E a dependência das drogas leva à prática de furtos e roubos.

“Estão envolvidos também em roubo de carros, como já aconteceu. E aqui no Jardim ABC, a gente já descobriu que tem um cemitério de veículos”, acrescentou o policial.

O filho mais velho de uma mulher que preferiu não se identificar está envolvido com uma das gangues. Ela já viu o adolescente usando drogas com os colegas, que também andam armados. “Na roda tinha um revólver. Eu não vi exatamente com quem estava, mas o revólver estava junto com a droga que eles estavam usando. Tinha bebida alcoólica, maconha, cocaína. Aquele negócio branco, assim no chão”, contou.

O adolescente foi ameaçado de morte por grupos rivais. Tentou se afastar da gangue, mas não conseguiu. “Eu me preocupo e tenho medo de, a qualquer hora, receber a notícia de que ele está morto. Até pela polícia mesmo, entendeu? Às vezes, uma hora ele está lá no meio e começa um tiroteio. Eu gostaria que ele se recuperasse e arrumasse um trabalho. Só isso pra me ajudar e se ajudar também.”