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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Polícia turca invade jornal e TV e prende 24 por suspeita de conspiração

A polícia turca invadiu instalações de meios de comunicação ligados a um opositor do governo neste domingo (14) e prendeu 24 pessoas, inlcuindo executivos e ex-chefes de polícia, em operações contra o que o presidente Tayyip Erdogan diz ser uma rede terrorista conspirando para derrubá-lo.

As invasões ao jornal "Zaman" e à televisão "Samanyolu" marcaram uma escalada da batalha de Erdogan contra o ex-aliado Fetullah Gulen, clérigo muçulmano que vive nos Estados Unidos, com quem está em conflito aberto desde que uma investigação por corrupção sobre o círculo próximo a Erdogan surgiu há um ano.

Em cenas divulgadas ao vivo por canais de TV turcos, o editor do Zaman Fetullah Gulen sorriu e avaliou documentos da polícia antes de ser levado pelos escritórios do jornal sob aplausos dos funcionários.

"Deixem aqueles que cometeram crimes ficarem com medo", disse ele conforme a polícia o levava com dificuldade pela multidão até um carro. "Não estamos com medo."

A imprensa informou que mandados de prisão foram emitidos para 32 pessoas. A emissora estatal TRT Haber disse que 24 pessoas foram detidas em incursões na Turquia, incluindo dois ex-chefes de polícia. Produtores e funcionários de séries dramáticas da "Samanyolu" foram detidos, junto com o presidente do grupo.

"Este é um espetáculo vergonhoso para a Turquia", disse o presidente Hidayet Karaca antes de sua prisão. "Infelizmente, na Turquia do século 21, este é o tratamento dado a um grupo de mídia com dezenas de estações de rádio e televisão, mídia de internet e revistas."

Intolerância com a oposição

Erdogan, do Partido AK eleito em 2002, adotou muitas reformas democráticas em seus primeiros anos no poder e restringiu a participação do Exército na política. Aliados da Otan frequentemente citam a Turquia como um exemplo de democracia muçulmana bem-sucedida, mas recentemente os críticos têm acusado Erdogan de intolerância com a oposição e de, cada vez mais, uma reversão às raízes islâmicas.

O editor do Zaman Bulent Kenes disse à Reuters que a polícia havia mostrado a eles documentação que se referia a uma acusação de "formação de quadrilha para tomar a soberania do Estado".

Os ministros do governo se recusaram a fazer comentários específicos sobre as operações, mas o ministro da Saúde, Mehmet Muezzinoglu, disse que "qualquer pessoa que comete erros paga o preço", informou a mídia estatal.
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