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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Passageiros relatam assaltos após acidente com trens no RJ

Passageiros que ficaram feridos na colisão entre dois trens em Mesquita, Baixada Fluminense, na noite de segunda-feira (5), relataram roubos dos pertences logo após o acidente. Como mostrou o Bom Dia Rio nesta terça-feira (6), uma das vítimas contou que criminosos pularam grades e roubaram os acidentados antes mesmo da chegada das equipes de resgate ao local. O acidente ocorreu na altura da Estação Presidente Jucelino, no ramal de Japeri, por volta das 20h40. Segundo o Corpo de Bombeiros, mais de 140 pessoas ficaram feridas.


“Naquela confusão a gente via que tinha uma molecada pulando a grade da estação. Quem estava machucado na plataforma, eles metiam a mão no bolso e roubavam. A minha mochila estava no meu colo e sumiu, telefone sumiu”, contou Feliciano Reis, de 70 anos, que estava no último vagão da composição atingida.

Segundo ele, outros passageiros também deram falta de pertences enquanto estavam presos nas ferragens. “Muita gente foi roubada. Inclusive, eu soube que no meu vagão uma moça caiu na plataforma machucada e que os ladrões deram um puxão tão grande na bolsa que quebraram o braço dela. Era uma bagunça tão grande que era difícil você identificar, prestar atenção. Mas, você via que as coisas estavam acontecendo. Uma pessoa pegava uma mochila e saía correndo. Eles aproveitam essa hora do tumulto para fazer essas coisas”, contou.

A babá Maiara Barbosa de Moura, 25 anos, que também se feriu na colisão, contou que foi para o hospital por conta própria, pois as ambulâncias se ocupavam dos feridos mais graves. Ela disse que estava perto da porta do trem que estava parado na estação. Com a batida, ela caiu no espaço entre o trem e a plataforma e acabou resgatada por dois passageiros.

"Não tinha ninguém da Supervia para ajudar. Os menos machucados ajudavam os mais feridos. Quando cai, dois rapazes me ajudaram a subir para a plataforma e a pegar minha bolsa e meus sapatos. Mas aí apareceu um outro rapaz e roubou o celular da minha mão", contou a babá, que sofreu escoriações na barriga e um corte na mão.

Acidente
Segundo a concessionária, uma composição bateu na traseira de outra que estava parada na altura da estação Presidente Juscelino, em Mesquita, na Baixada Fluminense. A circulação foi suspensa no ramal.

Soldados do Corpo de Bombeiros do Catete, na Zona Sul do Rio, de Parada de Lucas, no Subúrbio, e de Nova Iguaçu, Nilópolis e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, atuaram no socorro às vítimas.

Os feridos foram levados para quatro principais unidades de saúde: Hospital da Posse, em Nova Iguaçu; Albert Schweitzer, em Realengo; Getúlio Vargas, na Penha; e Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias. Segundo o secretário de Transportes, Carlos Osório, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região também prestou apoio no socorro às vítimas.

Somente no Hospital da Posse foram atendidas 129 vítimas, segundo informou a assessoria de imprensa. Durante a madrugada, 47 já haviam recebido alta e outros 60 deixaram a unidade nas próximas horas. Os demais passavam por exames para a definição dos procedimentos que serão adotados.

Pelo menos outras 10 foram levadas para o Hospital Albert Schweitzer. Os hospitais Getúlio Vargas e Adão Pereira Nunes também teriam recebido ao menos 8 feridos, mas ainda não divulgaram balanço oficial.

Às 22h30 de segunda, a Supervia informou que todos os feridos já haviam sido retirados das composições e receberam atendimento inicial no local. Para que os demais passageiros pudessem prosseguir viagem, foram distribuídos vales aceitos por outros meios de transporte.

Segundo o secretário de Transportes Carlos Roberto Osório, o maquinista pode ser testemunha importante do acidente. "A informação que recebemos é que o maquinista não sofreu ferimentos e ele será ouvido por investigadores. Temos ele como testemunha, que é o próprio maquinista. Não temos previsão, mas vamos trabalhar para que esse ramal seja liberado ainda essa noite”, afirmou.

 A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) abriu um boletim de ocorrência para apurar as causas do acidente. A agência informou que técnicos foram para o local para começar a investigação e para avaliar a qualidade do atendimento aos feridos e aos usuários do sistema pela concessionária Supervia. Os procedimentos adotados pela concessionária para o restabelecimento da operação no ramal também serão avaliados, informou a Agetransp.

O presidente da Supervia, Carlos José Cunha, afirmou que ainda era prematuro falar sobre o fato que pode ter ocasionado a colisão.

“Uma forma de pedirmos desculpas é o atendimento aos passageiros. Estamos trabalhando para amanhã estar em total normalidade. Conversar com o maquinista será a terceira etapa do nosso procedimento, onde poderemos ver a velocidade e a localidade em que ele estava. Obviamente isso é uma anormalidade. Alguma coisa fugiu do procedimento normal. Tudo será avaliado, apurado, para poder saber aonde foi a falha”, afirmou o presidente.

A Linha Japeri da Supervia tem início na Central do Brasil e termina em Japeri, na Baixada Fluminense. Ao todo, há 21 estações nessa linha. São elas: Central do Brasil, Maracanã, Silva Freire, Estação Olímpica de Engenho de Dentro, Cascadura, Madureira, Deodoro, Ricardo de Albuquerque, Anchieta, Olinda, Nilópolis, Edson Passos, Mesquita, Presidente Juscelino, Nova Iguaçu, Comendador Soares, Austin, Queimados, Engenho da Pedreira e Japeri.
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