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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Em conversas no WhatsApp, ex-comandante do Choque e outros oficiais falam sobre morte de seus desafetos

Foto: Foto: O Globo / Eduardo Naddar

Coronel Fábio: morte de desafetos

Coronel Fábio: morte de desafetos

No grupo de WhatsApp do qual o coronel Fábio Almeida de Souza fazia parte, junto com outros oficiais, os policiais que não eram da “família”, como eles mesmos se intitulam, eram tratados com ironia, violência e xingamentos. E não só isso: em pelo menos oito vezes, os PMs falam na morte de seus desafetos, entre eles o tenente-coronel Márcio Rocha, que sucedeu Fábio no Batalhão de Choque.


“Sou a favor do Lud (o capitão Carlos Frederico Ludwig Neto) ir a obtido no CDC (Curso de Controle de Distúrbios Civis)”, diz um dos oficiais, em conversa no dia 26 de dezembro de 2013. “Óbito”, corrige outro policial. “Isso”, concorda o oficial. E acrescenta: Morte ao Anakim. Tipo, instrução de paraquedismo sem paraquedas e com mochila de chumbo logo no primeiro dia”.

No dia seguinte, numa conversa na qual os policiais criticam a gestão de Rocha, um dos oficiais dispara: “Os caveiras tinham que ter MATADO esse filho da p... no COESP (Curso de Operações Especiais)”. Em 6 de janeiro, o próprio coronel Fábio fala sobre a morte de seu sucessor, também numa conversa na qual a atuação de Rocha no Choque é criticada. “Quer fazer algo pela gente, comando??? De verdade???”, pergunta um oficial. “Parada dada!!!! Mata o obtuso???”, questiona Fábio. “Assume logo aquele COE, e manda o obtuso para casa do c...!”, rebate o policial. Seis dias depois, dois homens numa moto atiraram 14 vezes no prédio de Rocha na Taquara, Zona Oeste do Rio. Procurado, o coronel Fábio não foi achado para comentar as conversas.

Fábio defendia René no Choque

Matéria publicada nesta quarta-feira pelo site da revista “Veja” mostra que o coronel William René Alonso, escolhido para assumir o Batalhão de Choque, tinha a simpatia de seu antecessor, o coronel Fábio, exonerado na última segunda-feira, e também do grupo de policiais com os quais o oficial trocava mensagens pelo WhatsApp. Em 6 de janeiro do ano passado, em conversa na qual Rocha era criticado, Fábio dá seu palpite “René para o cmd(comando) do choque!!!”. Um oficial diz então que Fábio e René deveriam “formar uma dupla como antes”, referindo-se ao período de 2012 e 2013, quando o primeiro comandava o Choque e o segundo era o número 1 do Bope.

De acordo com a reportagem, amizade entre René e Fábio já dura quase 20 anos e vai além da PM. Entre 2002 e 2007, eles teriam trabalhado juntos na SDS Sistemas de Defesa e Segurança Ltda., que fazia a escolta de empresários e banqueiros. Ainda segundo a “Veja”, o atual comandante-geral da PM, Alberto Pinheiro Neto, também respondia pela empresa de segurança.
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