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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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SP: crise da água faz indústrias cogitarem férias coletivas

A Fiesp diz que escassez tem impacto direto no custo da produção e cita setores como químico, alimentício e metalúrgico como os mais preocupantes. "As fábricas podem parar", afirma diretor.


Indústrias paulistas cogitam dar férias coletivas aos funcionários, a partir de março, por causa da falta de água. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a mais grave crise hídrica do País deve forçar as empresas a aplicarem rodízios de abastecimento, com a proximidade do fim do período de chuvas.

"Isso sempre surge como sugestão nas reuniões com as diretorias regionais: quem puder fazer férias coletivas no momento mais crítico, é bom que faça", disse à DW Brasil o diretor do departamento de meio ambiente da Fiesp, Nelson Pereira dos Reis. "Nos dias em que não houver água, a empresa pode dar folga aos funcionários ou planejar as férias. Vai depender de cada uma."

Nesta quinta-feira (22/01), a Agência Nacional das Águas (ANA) determinou que as indústrias da região de Campinas, no interior de São Paulo, reduzam em 30% a captação direta de água dos rios sempre que o Sistema Cantareira, uma das principais fontes de abastecimento do Estado de São Paulo, atingir 5% do volume.

Com a 11ª queda consecutiva, o reservatório, que já está no segundo nível do volume morto, opera com 5,4% da capacidade, para abastecer mais de 6 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

Setores mais afetados

De acordo com a Fiesp, os setores mais afetados são o químico, têxtil, metalúrgico, alimentício e o de celulose, que fazem uso intensivo da água. Reis alerta que a crise pode tomar proporções ainda maiores para a produção industrial no Sudeste.

"Pode acontecer de as indústrias simplesmente terem de parar as operações por falta de água", afirma. "Elas estão sofrendo, assim como a população está sofrendo."

Em outubro do ano passado, a empresa química Rhodia desativou quatro unidades da fábrica de Paulínia, no interior de São Paulo, com a baixa da vazão do rio que serve para abastecer o sistema de refrigeração do setor de intermediários químicos.

Segundo a empresa, a situação está normalizada no início de 2015. "As empresas têm preferido não tornar essas medidas públicas", observa.

A Unica, associação da indústria açucareira, chegou a alertar as usinas a fazerem planos de contingência. Com o período de entressafra, o alerta foi amenizado. A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir) diz que a crise hídrica tem preocupado seriamente as empresas no setor que estão no Sudeste.

"Temos intensificado a economia dos recursos hídricos neste momento crítico procurando reduzir significativamente o consumo de água utilizada no processo produtivo e buscando meios sustentáveis para a captação", afirmou o presidente da Abir, Alexandre Jobim.
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