Com as mudanças no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), muitos estudantes do nível superior em Campo Grande estão preocupados. O dinheiro liberado, que também serve para pagar a matrícula do começo de ano, pode não ser suficiente, já que algumas universidades tiveram aumento nas mensalidades e estão acima do valor estipulado pelo Fies.

Segundo dois alunos, que não quiseram se identificar, com os reajustes das mensalidades, eles não sabem se conseguirão frequentar as aulas do primeiro ano do curso de medicina da universidade Anhanguera-Uniderp.

A universidade informou que vai cumprir o prazo acertado com o Procon e apresentará uma planilha que justifique o reajuste nas mensalidades. E que não vê dificuldades para o cumprimento nas novas regras do Fies.

Conforme um dos estudantes, o problema está no custo do curso, que subiu 12% em relação ao ano de 2014 e, neste ano, custa R$ 8 mil. Segundo o Ministério da Educação, as novas contratações serão abertas no dia 23 de fevereiro. Um dos critérios anunciados pelo órgão é o limite de reajustes na mensalidade, que pode ser de até 6,5%.

De acordo com o advogado Paulo Henrique Menezes Medeiros, que representa um grupo de estudantes que utilizarão o financiamento, pela lei, as universidades podem reajustar as mensalidades sem um teto mínimo, acima ou abaixo da inflação, desde que seja justificado com gastos em manutenção do curso, na infraestrutura ou na área pedagógica.

A superintendente do Procon, Rosimeire Cecília da Costa, alerta que a planilha com as despesas deve estar disponível para quem quiser conferir.

Em nota, a Anhanguera-Uniderp informa que cumprirá o prazo junto ao Procon até o dia 25 de fevereiro apresentando a planilha de custos. Com relação ao Fies, a universidade afirma que os aditamentos poderão ser feitos mesmo com a vigência das novas regras. A instituição se colocou a disposição para responder todas as dúvidas.

O Fies existe desde 1999 e serve para custear a graduação de estudantes em instituições particulares. Os juros são de 3,4% ao ano. Durante o curso, o estudante paga a cada três meses o valor máximo de R$ 50. Após a conclusão do curso, ele terá 18 meses de carência para recompor o orçamento.