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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Associação de procuradores divulga nota em apoio a Janot na Lava Jato

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nesta segunda-feira (9) uma nota em apoio ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que virou alvo de críticas após ter apresentado, na semana passada, pedidos de investigação sobre políticos suspeitos de terem se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras.


No texto, o presidente da entidade, Alexandre Camanho de Assis, diz que o procurador-geral e os membros do Ministério Público Federal que trabalham na Operação Lava Jato conduzem as investigações "sem se deixarem intimidar ou influenciar por qualquer ingerência política".

"É atribuição inalienável dos procuradores da República a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais. O procurador-geral e demais colegas, no curso da Lava Jato, vêm apenas primando, com disciplina, sobriedade e esmero, a honrar tais compromissos", diz a nota (leia a íntegra ao final da reportagem).
Após a apresentação dos pedidos de inquérito, aceitos pelo Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que será investigado, afirmou no  sábado (7) que há "absurdos" contra ele e que o pedido de Janot é "piada". Pelo Twitter, disse que há "politização" e "aparelhamento" da PGR.

"Sabemos exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem denunciar a politização e aparelhamento da PGR. Eles estão a serviço de quem? Pelo critério do indício o PGR só será reconduzido se for da vontade do executivo", publicou Cunha.

A declaração foi rebatida ainda no sábado pelo ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, negou interferência do governo. "É incorreto imaginar-se que o governo tenha influenciado, tenha colocado palavras na boca de pessoas que prestaram depoimentos na presença de membros do Ministério Público, da força-tarefa que está lá no estado do Paraná colhendo depoimentos", disse Cardozo.

Ainda antes da divulgação da lista, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também será investigado, criticou a postura de Janot. Na última quinta (5), ao deixar o plenário do Senado, Renan lamentou não ter sido ouvido pelo Ministério Público antes de o órgão apresentar o pedido de abertura de inquérito contra ele.

"Só lamento que o Ministério Público não tenha ouvido as pessoas, como é praxe, para que as pessoas questionadas possam se defender, apresentar as suas razões. Mas isso tudo é da democracia. Quando há excesso, quando há pessoas citadas injustamente, a democracia depois corrige tudo isso", completou o peemedebista.

Procurada pelo G1 nesta segunda para comentar as críticas, a assessoria de imprensa disse que não iria se manifestar.

Leia a íntegra da nota da ANPR:

Brasília (07/03/2015) - A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público manifestar irrestrito apoio ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na condução das investigações da Operação Lava Jato, bem como aos demais membros do Ministério Público Federal devotados à apuração do caso.

É atribuição inalienável dos procuradores da República a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais. O procurador-geral e demais colegas, no curso da Lava Jato, vêm apenas primando, com disciplina, sobriedade e esmero, a honrar tais compromissos, sem se deixarem intimidar ou influenciar por qualquer ingerência política.

A ANPR afiança a competência e seriedade com que todas as ações referentes à Lava Jato estão sendo executadas e assegura à população - firmemente atenta aos desdobramentos do caso - que os procuradores da República estão seguindo com denodo o quanto estabelecem as leis brasileiras, visando tão somente ao seu cumprimento e à proteção do patrimônio público e da probidade administrativa.

Alexandre Camanho de Assis
Procurador Regional da República
Presidente da ANPR
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