Olhar Direto

Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Política BR

Deputados aprovam regulamentação das terceirizações

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, diz que não houve qualquer vício de inconstitucionalidade na votação de hoj

Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, diz que não houve qualquer vício de inconstitucionalidade na votação de hoj

A aprovação na noite de hoje (8), pela Câmara, do texto principal do projeto de lei que regulamenta os contratos de terceirização no setor privado e em empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e controladas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, dividiu os maiores partidos da base governista. Os petistas foram os que mais criticaram a regulamentação, enquanto os peemedebistas foram os que mais apoiaram a aprovação da proposta. Foram 324 votos a favor, 137 contra e 2 abstenções. 


Acordo entre as lideranças partidárias e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adiou para terça-feira (14) a votação das emendas e dos destaques que visam a modificar o texto aprovado. O acordo permitiu que os deputados apresentem as emendas e os destaques até as 14h de terça-feira, quando será retomada a votação. Nesse período, o governo e os contrários ao texto poderão trabalhar para modificar dispositivos da proposta nas votações.

O texto, relatado pelo deputado Arthur Oliveira Maia (SSD-BA), manteve a possibilidade de a terceirização se dar em toda e qualquer atividade da empresa. O dispositivo é um dos pontos mais polêmicos, uma vez que, na visão dos contrários ao projeto, isso levará à precarização dos direitos trabalhistas e dos salários. Os opositores à medida vão tentar retirá-la do texto nas votações de emendas e destaques.

Para o relator Arthur Oliveira Maia, a aprovação do projeto foi uma vitória do Legislativo e dos trabalhadores. “Foi uma vitória muito grande, porque hoje nós conseguimos garantir os direitos e dar segurança jurídica a cerca de 12,5 milhões de trabalhadores, que nunca tiveram uma lei que lhes assegurassem os direitos trabalhistas. Esta lei é inclusiva", observou o relator. Ele disse que hoje não existe uma fiscalização nas terceirizações, o que prejudica os trabalhadores, mas que com a nova lei haverá essa prática.

O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a votação por entender que ela é inconstitucional, disse que esse dia foi extremamente triste para o Parlamento e para os trabalhadores brasileiros. “Os trabalhadores foram apunhalados pelas costas na Câmara, com a retirada de direitos que levaram décadas para serem conquistados e que foram perdidos em uma votação”. Segundo ele, hoje são 45 milhões de trabalhadores com carteira assinada e desses, 33 milhões empregados diretos e 12 milhões terceirizados. “O que vai acontecer nos próximos anos é a inversão desses números”.

Para o deputado Eduardo Cunha, não houve qualquer vício de inconstitucionalidade na votação de hoje. Segundo ele, o argumento dos deputados do PT, que recorreram ao STF contra a votação, não vai encontrar amparo legal. Cunha não acredita que haverá grandes mudanças no texto aprovado hoje, durante as votações de emendas e destaques.  Segundo ele, as modificações devem ser pequenas até pelo comportamento do plenário nas votações. “Acho que o plenário já configurou posição sobre isso [projeto]. Obviamente, um ou outro destaque de detalhe deverá ser acolhido e, certamente, aquilo que mexe no cerne do projeto, que é a discussão de atividade  meio e atividade fim, não vejo a menor possibilidade de passar no plenário”, avaliou.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet