09 Abr 2015 - 19:45
Reuters
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"As perspectivas de crescimento no médio prazo dependem amplamente da capacidade do governo de reverter a queda na confiança e melhorar a competitividade da economia progredindo nas reformas microeconômicas", segundo a agência.
Uma fonte no Ministério da Fazenda afirmou à Reuters que a decisão da Fitch não chegou a ser surpreendente, mas que a avaliação é de que o momento não foi correto.
"O cenário do país tem melhorado, com sinais de que as reformas vão ser aprovadas à medida que o ambiente político também melhora. A situação é muito diferente de 2014", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.
A Fitch destacou ainda que a inflação elevada e "déficits gêmeos" ressaltam os desequilíbrios macroeconômicos, e prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continuará a enfrentar pressão durante 2015 devido à depreciação do real e ao aumento dos preços administrados.
Em março, o IPCA acelerou a 1,32 por cento, maior taxa para o mês em duas décadas, devido principalmente à pressão dos preços da energia, acumulando em 12 meses avanço de 8,13 por cento. A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento, com margem de 2 percentuais para mais ou menos.
A Fitch estima ainda que o déficit geral do setor público permanecerá elevado em 2015-2016 devido a dificuldades em alcançar as metas de superávit primário.
"Além disso, a recessão econômica em 2015 e uma recuperação fraca no próximo ano continuarão a pressionar para cima a trajetória da dívida do governo em geral mesmo sob a suposição de que o Tesouro não estenda empréstimos adicionais ao BNDES", completou o texto.
A popularidade baixa da presidente Dilma Rousseff, o Congresso fragmentado e as investigações de corrupção na Petrobras também são obstáculos levantados pela Fitch.