O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força, apresentou nesta quinta-feira (7) um pedido para convocar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a depor na CPI da Petrobras. O parlamentar do Solidariedade, que é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), argumentou no requerimento que servidores do Ministério Público Federal (MPF) reclamam de vazamentos de informações da Operação Lava Jato a partir de uma empresa que teria sido contratada irregularmente.

Na solicitação, Paulinho da Força diz que a denúncia poderia colocar “em dúvida a legitimidade da atuação institucional” da Procuradoria Geral da República (PGR).

O deputado oposicionista leu o requerimento durante a sessão desta quinta da CPI da Petrobras. O pedido gerou alvoroço entre os integrantes da comissão.

Contrária à convocação do procurador-geral, a deputada Eliziane Gama (PPS-MA) disse que se o colegiado aprovar a proposta de Paulinho, ela poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar a medida. Os deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Afonso Florence (PT-BA) também se posicionaram contra o requerimento.

“Não é pouca coisa se convocar uma instituição para vir aqui. O deputado Paulinho tem que ter certeza de que quer fazer isso”, alertou Valente em meio à sessão.

O autor do pedido, no entanto, retrucou o colega do PSOL: “Se não tivesse certeza, não teria apresentado. Só porque é o procurador-chefe não pode ser investigado?”, questionou.

O requerimento de convocação de Rodrigo Janot não foi analisado nem votado pelos deputados na sessão desta quinta porque os integrantes da comissão haviam decidido, previamente, aprovar requerimentos de convocação dos ex-deputados André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE). A próxima sessão da CPI deve ser marcada para o dia 14, mas a pauta do encontro ainda não está fechada.