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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Municípios afetados pela falta de água vão fazer rodízio em Sergipe

A população dos quatro municípios da Grande Aracaju, cerca de 912 mil habitantes segundo o IBGE, sofre com a falta de água desde sábado (9) devido a queda de uma ponte que provocou o rompimento da tubulação de duas adutoras do São Francisco. Prefeitos das cidades afetadas fizeram uma reunião nesta segunda-feira (11) com a direção da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) e do Governo de Sergipe para discutir alternativas que serão tomadas nos próximos dias para tentar minimizar as consequências do acidente. Entre os pontos destacados estão fazer o rodízio de água, conscientizar a população para racionar e decretar situação de emergência. Além disso, houve a suspensão das aulas da rede pública de ensino - 120 escolas estaduais e 74 municipais.

Participaram da reunião o presidente da Deso, Carlos Melo, o vice-governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, e os prefeitos de Aracaju, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Barra dos Coqueiros. Os gestores traçaram um plano emergencial buscando alternativas para solucionar o problema.

De acordo com o presidente da Deso, as obras estão aceleradas, e com a finalização da obra emergencial, 80% do abastecimento de água da Grande Aracaju será restabelecido. Até a conclusão da obra, um sistema de rodízio será implantado, para que nenhum bairro fique sem água por mais de 24 horas. Para isso, Aracaju e as cidades da Região Metropolitana foram subdividas em 15 setores e os 30% restantes de água sejam distribuídos da melhor forma possível.

“Até sexta-feira (15), essa adutora emergencial estará pronta. Por enquanto vamos fazer um processo de remanejamento de distribuição. Não adianta fazer uma tabela fixa do rodízio, pois é um problema muito complexo. A tabela vai ser dinâmica e nossos técnicos vão avaliar a situação a cada momento. A ideia é que cada bairro fique com água durante 24h e outras 24h sem. Muitos bairros abastecidos pelo Sistema Cabrita serão menos prejudicados, no caso, a Zona Sul e Zona de Expansão, pois o Sistema Cabrita é totalmente independente. A Zona Norte vai sofrer mais, pois recebe a água da tubulação rompida”, disse Carlos Melo, presidente da Deso. 

"A circunstância é gravíssima, mas posso dizer que essa é uma fatalidade que infelizmente aconteceu.  Me solidarizo com a equipe da Companhia e tenho certeza que o desabastecimento será mínimo, diante o tamanho da gravidade.  As Unidades de Saúde e as escolas foram priorizadas, faremos um estudo para saber quanto temos de água nos reservatórios. Caso falte, usaremos carros-pipa para abastecer", revelou o prefeito de Aracaju, João Alves Filho.

Rivanda Batalha, prefeita de São Cristovão destacou a união dos municípios na tentativa de solucionar o problema de abastecimento.

“Mais uma vez está provado que a união faz a força. Os municípios estão juntos para buscar uma solução para esse problema que afeta toda a Grande Aracaju” explicou ela.

O prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Fabio Henrique, destacou a importância da reunião.

“A reunião foi positiva e serviu para a Deso informar a situação de cada município, e consequentemente como o rodízio vai acontecer. Além disso, vão ser disponibilizados caminhões-pipa para escolas, hospitais e unidades de saúde” completou ele.

Airton Martins, prefeito da Barra dos Coqueiros, disse que o município sofreu bastante com a queda da Adutora e apela para o bom senso da população.
 

“A Barra dos Coqueiros sofreu com o corte da água no sábado e hoje uma manobra emergencial forneceu água até 12h para amenizar a situação. Mas peço à população que economize água e deixe para lavar o carro e a casa em outro momento. O foco agora é economizar” explicou o prefeito.

De acordo com informações da Companhia de Saneamento de Sergipe, a Zona Norte da Grande Aracaju será mais prejudicada por estar localizada na parte mais alta. Já a Zona Sul está sendo abastecida pelo Sistema Cabrita, que integra o primeiro sistema de abastecimento de água canalizada do Estado.  Uma nova tubulação está sendo construída, em caráter emergencial, na BR 101.

Obras
As obras emergenciais para a construção de uma nova adutora começaram ainda na noite do sábado (9), e estão previstas para terminar até esta sexta-feira (15). “Com o fim dos trabalhos, 80% do abastecimento voltará a ser destinado a Grande Aracaju. Para que as principais ações de interligação dos novos dutos aconteçam”, explica o vice-governador Belivaldo Chagas.

O Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) e o Exército já foram mobilizados também para atuar, e a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (Fafen) está colaborando. De acordo com Belivaldo Chagas, o Governo do Estado está se mobilizando com todos os seus órgãos. "Se houver necessidade de mobilizar maquinário e pessoal do Exército, que está trabalhando naquela região, eles já se colocaram a disposição também. Todos estão à postos e com boa vontade para que a gente diminua o sofrimento no decorrer dessa semana", afirmou.

Carros pipa e prestação de serviços
Uma operação com carros pipa começou a atender emergencialmente a hospitais, postos de saúde municipais e estaduais e estrutura judiciária. Posteriormente, os veículos serão destinados para a população de localidades mais prejudicadas pela falta de água.

Situação de emergência
Sergipe decretará situação de emergência nos municípios afetados, para que o Governo do Estado reconstrua a adutora e os serviços de atendimento à população possam ser implantados com a ajuda do Governo Federal. Segundo o diretor da Defesa Civil Estadual, José Mendes, todas as providências burocráticas já estão sendo tomadas para que a verba da União chegue à Sergipe de forma imediata.

De acordo com a Defesa Civil, o Estado está aguardando as solicitações dos municípios afetados. “Isso ocorrerá com o objetivo de viabilizar as ações emergenciais e também proporcionar a captação de recursos federais para a realização das obras provisórias e definitivas de recuperação das adutoras. O Estado pede a colaboração da população para que continue economizando água”, reforça Belivaldo.

Causas
As causas da queda da ponte e do rompimento da adutora ainda são desconhecidas. Durante reunião realizada hoje ficou definido que será criada uma comissão para analisar o fato. "A ponte é do Governo Federal e as tubulações passavam lá há bastante tempo. O Governo do Estado, juntamente com o Federal, vai montar uma estrutura para apurar o ocorrido e o porquê da ruptura da estrutura. Acho que, neste momento, temos que concentrar esforços para achar uma solução emergencial para 1 milhão de pessoas da Grande Aracaju", relatou Carlos Melo.

O Tenente-Coronel Mendes, Diretor do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil de Sergipe, disse que ainda é muito cedo para se afirmar causas do desabamento. “O nosso objetivo atual é trabalhar com as ações emergenciais para garantir o reestabelecimento de água para a população afetada. As causas serão apuradas, o que é um procedimento normal diante de um desastre desse porte, porém serão levantadas em um momento oportuno” afirmou.

Sobre as responsabilidades que causaram a queda da ponte Carlos Melo disse que não é a prioridade no momento. “Ainda não discutimos as causas ou de quem foi a responsabilidade pelo ocorrido, mas teremos tempo para determinar isso depois, o foco principal está sendo resolver o problema de abastecimento de água” completou ele.

Entenda o caso
A ponte sobre o rio Cotinguiba, localizada no povoado de Pedra Branca, município de Laranjeiras, desabou e rompeu a tubulação de água de duas adutoras da Companhia de Saneamento Básico (Deso), no sábado (9). A ponte, que fazia a parte da BR-101, mas estava interditada para o tráfego de veículos, possuía na sua estrutura canos da adutora do Rio São Francisco.
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