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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Doleira canta "Amada Amante" em CPI da Petrobras e fala em escrever livro

A doleira Nelma Penasso Kodama, condenada nos processos da Operação Lava Jato, começou a prestar depoimento aos deputados da CPI da Petrobras, em Curitiba, na manhã desta terça-feira (12). Os parlamentares estão na capital do Paraná para ouvir 13 acusados nas investigações que estão presos.


— Eu sou doleira, comprava e vendia moedas no mercado negro. E isso vai constar no termo de colaboração que estou firmando.

Nelma foi uma das namoradas do doleiro Alberto Youssef — alvo central da Lava Jato. Ela é conhecida como a 'Dama do Mercado'. Em seus e-mails e mensagens gostava de usar pseudônimos como Greta Garbo, Cameron Diaz e Angelina Jolie.

Questionada sobre o fato de ser amante de Youssef, ela explicou como era a relação com o doleiro.

— Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga. Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela.

Depois disso, Nelma cantou um trecho da música Amada Amante, de Roberto Carlos. Porém, ela foi repreendida pelo deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

— Senhora Nelma, como presidente dessa CPI, nós não estamos aqui em um teatro. Peço que vossa senhoria se detenha a responder as perguntas, mantendo a ordem e o respeito ao Congresso Nacional, que neste momento está aqui fazendo uma apuração.

A doleira foi presa na madrugada de 15 de março de 2014, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com € 200 mil (cerca de R$ 685 mil) escondidos na calcinha. Ela negou na CPI, que estivesse fugindo do País.

"O dinheiro estava no bolso e não na calcinha", disse a doleira, que levantou da cadeira para mostrar os bolsos de trás da calça onde estavam os € 200 mil aos parlamentares.

Alvo da Operação Dolce Vitta — um dos braços da Lava Jato que mirou o núcleo de doleiros que atuava em parceria com Alberto Youssef —, o depoimento de Nelma deve trazer novos fatos sobre o mercado de câmbio negro envolvendo o esquema de corrupção na Petrobras.

Ela confessou evasão de divisas num esquema pessoal que movimentava por dia US$ 300 mil (cerca de R$ 900 mil) e relações financeiras com outros dois doleiros presos na Lava Jato (Alberto Youssef e Raul Srour). Aos 47 anos, declarando-se em fase terminal de vida, revelou no ano passado que começou a escrever um livro atrás das grades.

— Ainda tenho a intenção de escrever um livro. Sobre a minha história, sobre tudo que aconteceu. Estou escrevendo aqui na carceragem da Polícia Federal.

O caderno manuscrito foi tomado dela pela PF. Doleira dos comerciantes da 25 de Março e do Brás, que segundo ela chegavam a importar contêineres da China de US$ 100 mil e pagar apenas US$ 30 mil legalmente, Nelma foi usada por Youssef em movimentações financeiras.

— Eu intermediava as operações de cambio, que é a de dólar-cabo, que é a evasão de divisas e eu estou confessando.
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