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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Segurança do Cantareira pode vir só em 8 anos, diz estudo

Um estudo inédito feito por um professor da USP (Universidade de São Paulo) estima que o Sistema Cantareira pode levar até oito anos para atingir um nível de segurança hídrica, que seria de 38,3% da capacidade. Nesta terça-feira (12), o índice real de armazenamento estava em - 9,5%. Considerando as duas cotas do volume morto como positivas, o nível sobe para 19,8%.


Pedro Luiz Côrtes, coordenador da Rede Internacional de Estudos Sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade, elaborou um modelo matemático que simula a recuperação do Cantareira levando em conta parâmetros estatísticos e ciclos climáticos, como a recente fase de esfriamento das águas do Oceano Pacífico, que impactam na redução de chuvas em São Paulo.

— Desde 1999, nós temos um resfriamento do Pacífico. Quando isso ocorre, como foi entre 1947 e 1977, a pluviometria média em São Paulo é de 1.300 milímetros, enquanto que no período quente fica em 1.500. É como se nós tivéssemos agora um mês muito chuvoso a menos por ano. Por isso, o modelo mostra que a tendência é de pouca chuva nos próximos anos e de uma difícil recuperação do Cantareira.

Além dos registros de chuvas em São Paulo desde 1950, o professor também analisou o comportamento do Cantareira nos últimos 12 anos.

Segundo ele, na média, o manancial perde 30% da capacidade durante os meses de seca (abril a setembro, que se recuperam durante os meses chuvosos (outubro a março). A partir desses dados, ele definiu que o nível de segurança para que o Cantareira não fique abaixo de zero ao final da estiagem é de 38,3%, que só deve ser atingido em 2023.

— O modelo mostra que o sistema já sinalizava uma dificuldade de recuperação desde 2011 e, em maio de 2013, já era possível prever que o verão de 2014 não seria chuvoso. Sob vários indicadores essa crise já estava anunciada. Não dá para falar que fomos surpreendidos.

Segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a chance de uma seca extrema como a atual era de apenas 0,6%.
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