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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Após deixar Cracolândia, ator de Cidade de Deus tenta retomar carreira

O ator Rubens Sabino Silva, que interpretou o traficante Neguinho no filme Cidade de Deus esteve nessa sexta-feira (15) em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, para participar de um curta-metragem e de um bate-papo sobre o filme que o revelou na dramaturgia. Dependente químico, ele falou ao G1 sobre a recuperação do vício  e também sobre a expectativa de retormar a carreira.


Segundo Rubens, esta foi a primeira atividade profissional dele desde que ele deixou de usar drogas e viver na região da Cracolândia, em São Paulo, há cerca de três semanas.

“Desde que fui encontrado na Cracolândia e apareci na mídia, pessoas começaram a me reconhecer na rua. Foi então que percebi a responsabilidade que tenho para influenciar as pessoas positivamente”, disse ao G1.

Além do bate-papo no litoral, Rubens também foi à região participar do curta Segurança Pública tem Saída, de Luiz Eduardo Soares, promovido pela prefeitura eque que fala sobre políticas públicas de segurança, combate ao tráfico e uso de drogas.

Para o ator, a realidade do tráfico nos últimos anos é pior que nas décadas de 1960, 70 e 80, retratadas no filme “Cidade de Deus”, lançado em 2002. “O tráfico evoluiu e agora há envolvimentos políticos. O acesso às armas e às drogas é muito mais fácil”, afirmou.

Convertido ao Islamismo, Rubens espera agora manter-se firme na recuperação, começar uma nova vida em Portugal e retomar a carreira de ator. Ele acredita que em outro país vai estar mais protegido do possível assédio de traficantes e, consequentemente, do vício.

A viagem foi paga por um amigo e está marcada para julho. “Acredito que Alá me salvou e vou ajudar a emancipar outros irmãos das ruas. Mas a saída parte mesmo de uma conversa do indivíduo com ele mesmo. Essa é a pedra fundamental”, salientou.

Evento

A exibição do filme “Cidade de Deus” foi realizada na Videoteca Municipal com entrada gratuita. Após a exibição, o público participou do bate-papo com o artista, mediado por Thalita Ateyeh, da Associação Cultural Vento Forte.

O filme recebeu quatro indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor (Fernando Meirelles), Melhor Roteiro Adaptado (Bráulio Mantovani), Melhor Edição (Daniel Rezende) e Melhor Fotografia (Cesár Charlone), além de ter sido exibido fora de competição no Festival de Cannes.
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