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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Executivo de empresa investigada na Lava Jato fica calado em CPI

Esta é a terceira reunião consecutiva em que depoentes ficam em silêncio.

Ex-gerente da Petrobras citou Schahin Engenharia na delação premiada.

O executivo do Grupo Schahin Carlos Eduardo Schahin, convocado a prestar depoimento à CPI da Petrobras nesta quarta-feira (27), decidiu permanecer em silêncio. Esta é a terceira reunião consecutiva da comissão, que investiga denúncias de corrupção envolvendo a estatal, em que convocados anunciam que ficarão calados.

A Schahin Engenharia foi citada pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores do esquema de corrupção na estatal, como integrante de cartel de empresas que combinariam preços e contratos. Em março, a Petrobras suspendeu temporariamente a contratação da companhia.

Carlos Eduardo foi o primeiro dos cinco representantes da Schahin a ser chamado para depor. Outros quatro representantes serão chamados na tarde desta quarta-feira. São eles Milton Taufic Schahin, Salim Taufic Schahin, Rubens Taufic Schahin e Pedro Henrique Schahin.

Depois de ter anunciado que ficaria em silêncio após qualquer questionamento, Carlos Eduardo ouviu perguntas dos deputados. Ele não respondeu nem mesmo a relação de parentesco dele com os outros membros da família e qual o cargo dele na empresa. “Por orientação dos nossos advogados, vou ficar em silêncio”, repetiu diversas vezes.

O sub-relator da CPI Altineu Côrtes (PR-RJ) afirmou ter “vasta documentação” que prova que o Grupo Schahin tem envolvimento direto com o caso de corrupção na Petrobras. Ele leu saldos de supostas contas bancárias de Carlos Eduardo no exterior e questionou se ele confirmava os dados. Carlos Eduardo manteve a decisão de ficar em silêncio e não confirmou e tampouco negou.

No início da sessão, o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), leu a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que atendeu nesta terça (26) um pedido da defesa de executivos do Grupo Schahin para que eles pudessem permanecer calados na sessão desta quarta.

A decisão garantiu aos cinco membros da família Schahin o direito de não se incriminarem e serem acompanhados por seus advogados e se comunicarem na sessão. Se deixassem de revelar informações, eles não poderiam ter prisão decretada, conforme a decisão.

Testemunha
O advogado de Carlos Eduardo argumentou, no início da sessão, que a comissão dispensou outros depoentes que alegaram que não iriam responder as perguntas e pediu a dispensa de Schahin. Motta prontamente respondeu que não cabe ao advogado pedir a dispensa e argumentou que os outros depoentes vieram na condição de investigados.

Motta argumentou que Schahin compareceu à CPI na condição de testemunha e que ele deveria responder as perguntas que não pudessem incriminá-lo.

Na sessão da CPI desta terça-feira (26), dois executivos preferiram ficar em silêncio. João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, e José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da Construtora OAS, afirmaram que ficariam calados diante de qualquer pergunta e foram liberados prontamente.

Na semana anterior, o ex-vice-presidente da construtora Engevix Gerson Almada, investigado pela Operação Lava Jato, também recorreu ao direito de ficar calado.

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