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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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"Não vou polemizar com pessoas que estou investigando", diz Janot sobre Collor

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não quis falar sobre as acusações e xingamentos que recebeu do senador Fernando Collor (PTB-AL), nesta semana.

— Não vou polemizar com pessoas que estou investigando. O que eu posso dizer é que há algum tempo que não advogo, mas continuo inscrito na OAB. E também não vou comentar nem sobre esse fato e nem contra a honra da minha mãe.

Ele também defendeu a delação premiada nas investigações de corrupção.

— Não gosto da carga do nome delator, então prefiro chamar de colaborador. Ele não é um caguete, um X9, que fala mal do outro e sai bem na história. Ele também é condenado. A colaboração premiada não serve de prova, mas te dá todas as circunstâncias para o caminho da prova.

Segundo ele, a colaboração premiada não é totalitária e não pode ser banalizada.

— Vamos insistir nesse instrumento que é poderoso, republicano, democrático, espontâneo e deu certo em países como Inglaterra, França, Estados Unidos, Portugal. Com ele, diminuímos as tentativas e os erros.

O procurador disse que hoje o acordo para quem faz colaboração premiada é pena, em termos de regime de cumprimento.

— Antes fazíamos acordo de redução de pena.

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Janot também se declarou contra a redução da maioridade penal.

— Acho contrassenso. Estamos na contramão da história, porque não será feito nada em segurança pública, devido à solução que vai estar dada.

Sobre a Operação Lava Jato, o procurador apenas comentou que até o momento há R$ 6 bilhões repatriados e/ou bloqueados em instituições financeiras.

— Na Operação Lava Jato, a Petrobras não é autora de crime. Ela é vítima da ação dessas pessoas.

Ele ainda comentou que a atividade do Ministério Público não tem nada a ver com política, nem partido, "nem panelaço".

— Fazemos investigação técnica. Não fazemos investigação escolhendo acusados. As instituições brasileiras estão maduras e agem e reagem de forma profissional. Elas estão fortalecidas e aí fortalece também a República.

Janot se mostrou otimista com o Brasil.

— Olha o tanto que a gente evoluiu. Não dá, por uma circunstância de momento, achar que é o fim do mundo. São nesses momentos que a sociedade tem que se reafirmar. E a prova está nas outras graves crises que a gente superou. Eu não saio daqui [do Brasil] por dinheiro nenhum.

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Entretanto, ele criticou o sistema prisional brasileiro.

— Confesso que é minha frustração como meta na Procuradoria. É vergonhosa a situação do sistema prisional. Temos algumas prisões que não fazem inveja a uma enxovia medieval.

Janot fez as declarações na aula magna de nesta sexta-feira (7), à noite, para cerca de 400 pessoas que marcou o início do segundo semestre da Escola Superior Dom Helder Câmara. O procurador chegou ontem à noite a Belo Horizonte e, segundo sua assessoria de imprensa, veio à capital especialmente para o evento — que estava marcado "há tempos" — e não recebeu gratificação por sua presença.

Evitou falar com a imprensa no evento. Embora sua assessoria de imprensa não confirme, fontes dizem que ele ficará o final de semana na capital mineira retornando a Brasília ou domingo (9) à noite ou segunda-feira (10) de manhã. Belorizontino, tem sua família moradora na capital.

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