11 Ago 2015 - 11:13
O Globo
Foto: Susana Gonzalez / Bloomberg
A razão para o fortalecimento do dólar está no mercado chinês. O Banco do Povo da China (o bc chinês) decidiu desvalorizar o yuan ante o dólar em 1,9% nesta terça-feira. O objetivo é estimular as exportações do país asiático. Essa intervenção levou a uma desvalorização das moedas de mercados exportadores de matérias primas, como o Brasil. "Internamente o real deverá retomar a trajetória de desvalorização, acompanhando o movimento externo em decorrência da ação do BC chinês, em meio às articulações do Planalto para recomposição da base aliada", afirmou, Ricardo Gomes da Silva, analista da Correparti Corretora de Câmbio, lembrando que o cenário político interno continua a ser um fator de preocupação.
Mas apesar de ganhar força ante a moedas de países emergentes, o "dollar index", indicador medido pela Bloomberg e que verifica o comportamento da divisa ante uma cesta de dez moedas, perde força e registra queda de 0,21%.
PETROBRAS E VALE CAEM COM CHINA
A desvalorização repentina do yuan também faz estragos na Bolsa. As ações da Petrobras e da Vale operam com fortes quedas, deixando o Ibovespa em terreno negativo nesta terça-feira.
As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras registram desvalorização de 3,31% e são cotadas a R$ 9,62. Já as ordinárias (ONs, com direito a voto) recuam 3,17%, a R$ 10,66. Mesmo comportamento tem os papéis da Vale. As PNs da mineradora caem 4,91% e os ONs registram variação negativa de 5,42%.
Também com liquidez e participação relevante na composição da carteira do Ibovespa, o setor bancário também opera em queda. As ações preferenciais do Itaú Unibanco estão praticamente estáveis, com leve alta de 0,07%, mas Bradesco e Banco do Brasil recuam, respectivamente, 0,19% e 1,23%.
No mercado acionário, as Bolsas europeias operam em queda. O DAX, de Frankfurt, recua 2,40% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, tem queda de 1,74%. Já no FTSE 100, de Londres, a variação é negativa em 0,82%. O recuo ocorre mesmo após o acordo da Grécia com os credores.