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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Pequim desvaloriza o yuan pela segunda vez em dois dias

A China reduziu nesta quarta-feira (horário local) em 1,62% a taxa de referência do yuan frente ao dólar, pela segunda vez em dois dias, informou a agência oficial Xinhua. Na terça-feira, a autoridade monetária chinesa cortou a taxa referencial diária em 1,9%, proporcionando a maior queda do yuan em um único dia desde 1994.


O Banco do Povo (o BC da China) fixa uma taxa de referência a cada dia, a partir da qual o yuan está autorizado a flutuar em uma margem de 2% para cima ou para baixo. Esta taxa de referência da divisa chinesa frente ao dólar passou de 6,2298 yuans na terça-feira para 6,3306 nesta quarta, informou a agência.
O iuan chinês atingiu a mínima em quatro anos nesta quarta-feira, recuando pelo segundo dia consecutivo, após autoridades desvalorizarem-no em uma manobra que alimentou temores de uma guerra cambial mundial e acusações de que Pequim está auxiliando injustamente seus exportadores, que vêm enfrentando dificuldades.

Assim, o yuan à vista na China caiu para 6,45 por dólar, menor patamar desde agosto de 2011, depois de o banco central fixar o ponto médio diário que coloca como referência a 6,3306, ainda mais fraco do que a desvalorização de terça-feira. A moeda teve desempenho pior nos mercados externos, tocando os 6,59 por dólar.

O BC chinês, que havia descrito a desvalorização como uma medida não recorrente com fim de tornar o yuan mais reativo às forças do mercado, buscou assegurar aos mercados financeiros nesta quarta-feira que não está embarcando em uma depreciação constante.

"Avaliando a situação econômica doméstica e internacional, atualmente não há base para uma tendência de depreciação sustentada do yuan", informou o Banco do Povo da China.

IMPULSO ÀS EXPORTAÇÕES

Operadores de câmbio disseram que bancos estatais estavam vendendo dólares em nome do banco central para manter o yuan em torno de 6,43.
FMI DIZ QUE NOVA POLÍTICA CAMBIAL É BEM-VINDA

A decisão do Banco do Povo, o banco central chinês, de mudar o mecanismo que estabelece a referência diária para o yuan "parece ser uma medida bem-vinda", pois deve dar às forças do mercado um papel maior na determinação da taxa de câmbio, afirmou na manhã desta quarta-feira (horário de Pequim) o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Uma maior flexibilidade cambial é importante para a China, à medida que o país se empenha em dar às forças do mercado um papel decisivo na economia e se integra mais rapidamente nos mercados financeiros globais. Acreditamos que a China pode, e deve, ter como objetivo alcançar um sistema cambial efetivamente flutuante dentro de dois ou três anos", afirmou um porta-voz do FMI em nota.

Sobre a possibilidade de o FMI incluir o yuan em seus Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês), cuja cesta de moedas está sob revisão, o porta-voz afirmou qiue "a mudança anunciada (pela China) não tem qualquer implicação direta nos critérios utilizados para determinar a composição da cesta. Ainda assim, uma taxa de câmbio mais voltada para o mercado facilitaria as operações com SDR no caso de o yuan ser incluído na cesta de moedas".

 
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