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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Delator da Lava Jato diz que Duque marcava encontro usando 'senhas'

O empresário Milton Pascowitch, suspeito de ser um dos operadores dos esquemas de propinas investigados pela Operação Lava Jato, disse que os encontros entre ele e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque eram combinados com uma espécie de senha. Duque ligava para o empresário quando queria receber propina e marcava um encontro para "fumar um charuto" ou "tomar um drinque".


A afirmação do empresário foi feita à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF). Trechos da delação de Pascowitch estão disponíveis no processo eletrônico da Justiça Federal desde terça-feira (18). O acordo de delação premiada firmado com o MPF prevê que o suposto operador pegue pena de dois anos em regime aberto e que pague multa de R$ 20 milhões à Justiça.

Duque e Pascowitch foram presos na Lava Jato neste ano. O ex-diretor da Petrobras, que já é réu em ações penais originadas a partir da operação, está detido no Complexo Médico-Legal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Já Pascowitch cumpre prisão domiciliar, em São Paulo, graças ao acordo de delação premiada que homologou com a Justiça Federal, no fim de junho. Segundo o advogado Marlus Arns, Duque também pretende fazer um acordo de delação premiada em troca de redução de pena.

Repasses
Duque recebia R$ 280 mil mensais desviados de contratos com duas empresas que forneciam mão de obra para a Petrobras, conforme Pascowitch.

Pascowitch tinha uma empresa de consultoria e, por meio dela, fazia contratos de fachada com fornecedores da Petrobras para receber dinheiro desviado e repassar a agentes públicos.

Ele também disse que um dos contratos, em que haveria pagamento de propina, foi rescindido em decisão conjunta com Duque por causa da Operação Lava Jato e da prisão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Costa foi preso no ano passado. Condenado, ele cumpre prisão domiciliar, no Rio de Janeiro, devido à colaboração premiada.

Pascowitch é apontado pela Polícia Federal como um dos operados ligados ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que está preso na carceragem da corporação, na capital paranaense, desde o início de agosto. Ele foi detido na 17ª fase da Lava Jato. Segundo o MPF, Dirceu é o idealizador do esquema de fraude, corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras.

Outro lado
A defesa do ex-ministro reiterou que o contrato com a empresa de Pascowitch não teve qualquer relação com Petrobras.

O advogado de Pascowitch não fará nenhum comentário sobre o assunto devido ao acordo de delação premiada.

Já a defesa de Duque afirmou que não teve acesso à delação de Pascowitch e que irá se manifestar apenas depois de acessá-la.
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