Levantamento feito pela Folha com 200 usuários de ônibus fretados em São Paulo revela que um terço dos passageiros já aderiu ao carro para ir trabalhar. É o que mostra reportagem de Evandro Spinelli e Alencar Izidoro, publicada na edição deste domingo da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

As entrevistas buscaram obter relatos e identificar o comportamento destes usuários na primeira semana de veto ao transporte em 70 km2 do centro expandido.

A sondagem verificou que um terço diz já ter aderido ao carro para ir trabalhar; quase metade deixou de usar os fretados ao menos em algum dia; entre os que seguem com esse transporte, há queixas praticamente unânimes.

Se a adoção do transporte individual predominar, a tendência ameaça para a pretensão da prefeitura de melhorar a fluidez do trânsito em 11%. Além da demora adicional de 50% no tempo de viagem (de 60 para 90 minutos, na média), devido às modificações em trajetos e aos congestionamentos fora da área de restrição, quase todos reclamam de ter que caminhar "quilômetros".

"Após descer do ônibus caminho por 30 minutos por ruas com calçadas obstruídas, muitas sem semáforo para travessia, e ainda chego atrasada no trabalho", reclama Érica Moreira de Souza, 27, que usa fretado no trajeto de Santo André (ABC paulista) ao Itaim Bibi.

Protestos

Desde que a medida foi implantada, uma série de protestos vem sendo realizados na cidade. Na noite de sexta-feira (31), manifestações contra as restrições interditaram as avenidas Ricardo Jafet (zona sul) e Tiradentes (centro). Na zona sul, a Polícia Militar precisou intervir para liberar a via, e ao menos uma pessoa foi detida.