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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Dilma pede resistência a "tendências antidemocráticas" em ato de reaproximação com MST

Em cerimônia que marcou a reaproximação com os movimentos de trabalhadores sem terra, a presidente Dilma Rousseff assinou nesta sexta-feira 25 decretos de desapropriação de terras para reforma agrária e regularização de quilombos, e afirmou que é preciso se “manter vigilantes e oferecer resistência às tendências antidemocráticas e às provocações”.


Na quinta cerimônia em duas semanas com movimentos contrários ao impeachment e grupos sociais simpáticos ao governo, a presidente diminuiu o tom duro que havia usado em manifestações anteriores.

Dilma concentrou a maior parte de seu discurso na defesa das ações do governo na área de reforma agrária --uma das mais criticadas pelos movimentos sociais pela lentidão nos processos desde 2011--, mas encerrou com mais um chamamento contra o processo de impeachment que corre no Congresso.  

“Hoje precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistência às tendências antidemocráticas e as provocações. Não defendemos a perseguição de qualquer autoridade. Não defendemos a violência. Eles exercem a violência, nós não”, afirmou.

Dilma acrescentou que mais oportunidades e mais cidadania exigem mais democracia. “Nós sabemos que sem democracia a estrada das lutas contra as desigualdades será muito mais difícil. Por isso não vamos permitir que nossa democracia seja manchada.”

Em uma cerimônia de aproximadamente duas horas, o governo reuniu no Palácio do Planalto cerca de 500 representantes de movimentos sem terra, negros e quilombolas, em mais um ato de apoio claro ao governo em que não faltaram gritos de “não vai ter golpe” e críticas ao presidente da Câmara, Eduardo  Cunha (PMDB-RJ), ao juiz federal Sérgio Moro --chamado de golpista-- e ameaças de invasão de terras e gabinetes.

“A forma de enfrentar a bancada da bala é ocupar as terras deles. Vamos ocupar as propriedades deles, as casas deles no campo. Vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles", discursou o secretário de finanças e administração da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos.

"Se eles são capazes de incomodar um ministro do Supremo Tribunal Federal, vamos incomodar as casas deles, as fazendas e as propriedades deles. Vai ter reforma agrária, vai ter luta e não vai ter golpe.”

Coordenador do MST, Alexandre Conceição, disse que Moro, que cuida dos processos da operação Lava Jato em primeira instância, usa sua caneta para fazer "maldades com o povo brasileiro”. Ele prometeu que o movimento vai para as ruas defender o governo.



"Nós vamos ocupar as ruas em defesa de seu mandato, presidente. A senhora é uma mulher honrada e não pode ser julgada por um bandido como o Eduardo Cunha", disparou.

Antes mesmo do evento começar, com Dilma já no salão nobre do Palácio do Planalto, foram 21 minutos de gritos de guerra, intervenções e cantos contra o impeachment, em uma clara mudança de tom dos movimentos sem terra em relação ao governo.

Até o agravamento da crise política, o MST era um dos maiores críticos do governo Dilma, por conta da baixa média de desapropriações para a reforma agrária.   

As últimas feitas pelo governo foram em janeiro de 2015. Desde 2013, o processo foi tornado mais lento quando a Casa Civil passou a ser obrigada a consultar diversos órgãos do governo antes de levar adiante as desapropriações.
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