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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Vidas intermitentes: como vivem os refugiados sírios no maior campo do Oriente Médio

Foto: AFP/ÉPOCA

Vidas intermitentes: como vivem os refugiados sírios no maior campo do Oriente Médio
Uma ventania intensa sacode o contêiner de zinco, que responde com um barulho quase ensurdecedor de metal vibrando. O zunido só é suplantado pelo falatório de quem está dentro dele. Perto de 30 mulheres, sírias, discutem avidamente numa manhã de domingo em Za’atari, na Jordânia, o maior campo de refugiados do Oriente Médio. O céu está azulado e limpo, mas o sol de começo de primavera não é suficiente para mitigar os efeitos do vento gelado que castiga o norte da Jordânia.  Faz pouco mais de 10 graus célsius, mas a sensação térmica é menor. A vizinha Síria fica a 12 quilômetros e – em tempos normais, de paz – a poucos minutos de carro. 


A poeira sobe, cega e dificulta a tarefa de estar fora de casa para quem teima em viver no meio do deserto.  Dentro do contêiner, faltam cadeiras a todos os presentes. O exíguo espaço de 7,5 metros por 3 metros, padrão das habitações de Za’atari, obriga quem participa do encontro a uma proximidade íntima. “Nós não queremos que você nos diga ‘te ouvimos, te ouvimos’, queremos ações concretas”, diz uma senhora, feições sérias emolduradas pelo hijab preto a um jovem jordaniano que poderia ser seu neto. A discussão do dia trata das dificuldades das mulheres em conseguir o documento dado pelas autoridades jordanianas que permite a saída temporária de Za’atari. O esquema de vigilância do campo parece de segurança máxima. No portal de acesso, um tanque militar preto dá as boas-vindas aos visitantes. Só é possível sair e entrar mediante autorização expressa da polícia.

Dentro do contêiner, as mulheres reclamam de não poder requerer, sozinhas, o tal documento, à exceção de viúvas e divorciadas. São os maridos e homens da casa os responsáveis por pedir a permissão. “Eu sou uma adulta, por que preciso que meu marido pegue a autorização para mim?”, dispara uma jovem de lenço florido. O funcionário que tenta coordenar a reunião não tem soluções para oferecer: “Não somos nós que fazemos as regras. Se seu marido concorda ou discorda, é obrigação dele ir pedir a autorização”.
 
As reuniões comunitárias foram uma das formas que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), responsável pela administração de Za’atari, encontrou para ouvir as demandas dos milhares de refugiados que vivem lá. Em meados de 2013, quando o campo vivia seu pico populacional, com mais de 200 mil pessoas aglomeradas em parcos 5 quilômetros quadrados, protestos, por vezes violentos, faziam parte da rotina local. De lá para cá, a situação no campo se assentou. Nos últimos dois anos, melhorias foram implementadas. A população também diminuiu: hoje, cerca de 80 mil pessoas vivem em Za’atari.

O campo foi aberto com algumas centenas de pessoas em julho de 2012.  O levante na Síria, já convertido em guerra civil, completava um ano e meio. Foi na província rural de Dara’a, na fronteira com a Jordânia, que começaram os protestos contra a prisão, tortura e morte de crianças e adolescentes que despretensiosamente picharam muros com slogans contra o presidente Bashar al-Assad, em janeiro de 2011. Foi a faísca que incendiou a Síria. Em abril daquele ano, a província sofreu com cercos, cortes de energia e água e bombardeios constantes por parte do regime de Assad. Com a violência, milhares de sírios de Dara’a buscaram refúgio ao sul – muitos tinham família na Jordânia. Assim como a maioria dos refugiados sírios na Jordânia, a maior parte da população de Za’atari veio dos vilarejos de Dara’a. Hoje, depois de cinco anos de conflito, milhares de mortos e milhões de refugiados, o campo de Za’atari caminha para seu quarto ano de existência. É um atestado do fiasco da comunidade internacional em promover  uma solução para a guerra na Síria. Ele resiste como a mais pungente lembrança de que, embora o foco do mundo seja a crise migratória na Europa, a vasta maioria dos sírios nem sequer pôde deixar o Oriente Médio.

A provisoriedade permanente de Za’atari é um pouco mitigada pela sensação de segurança e estrutura oferecidas pelo campo.  Sem dar incentivos para que o local se torne um assentamento de longo prazo, as organizações humanitárias que trabalham em Za’atari procuram construir estruturas eficientes, pouco custosas e que ofereçam o mínimo de dignidade aos refugiados. No início, as tendas de lona com o emblema das Nações Unidas eram a moradia comum no campo. Abrigo precário, especialmente em uma região de climas extremos, onde neve, tempestades de areia e inundações ocorrem com frequência, as barracas foram progressivamente substituídas pelos contêineres de zinco e aço: as “caravanas”.
 
Essas habitações são em sua maioria uma cortesia, bastante alardeada, dos países do Golfo. Arábia Saudita, Catar e Kuwait, que até o momento não receberam quase nenhum refugiado sírio, exibem sua generosidade com selos gigantes pintados na parte externa dos contêineres. As crianças costumam pintar por cima das inscrições, dando um toque pessoal à moradia padronizada. Andando pelo Distrito 5 (entenda a disposição do campo no mapa no final da página), em um dos contêineres habilmente pintado por seus moradores se lê: “Raji’een ya Nawa”, “Nós voltaremos, Nawa”, em referência a um vilarejo de Dara’a. Ao lado, completam: “Suriya hurra” – “Liberdade para a Síria”.
 
A transição para moradias mais robustas integra a sequência de iniciativas para tornar a vida em Za’atari um pouco menos árdua e atender às demandas de uma população cuja permanência tende a se prolongar. A rede elétrica, projetada para fornecer luz apenas às ruas do campo, teve de ser ampliada, porque a maioria das moradias contava com ligações remendadas – os “gatos”. A conta de luz no último inverno, sobrecarregada com o uso de aquecedores, ultrapassou US$ 1 milhão ao mês. Uma planta de energia solar projetada para suprir as necessidades locais está sendo construída pelo governo alemão e a expectativa é que funcione em 2017. A Alemanha, ansiosa por estancar o fluxo de refugiados que chega à Europa, financiou a estação de coleta e tratamento de esgoto que deverá começar a funcionar até o fim do ano.
 
Refugiados  em posto de saúde em Acnur (Foto: AHMAD ABDO/AFP/ÉPOCA)
“Quando cheguei aqui, o campo não tinha praticamente serviços de saúde”, diz Ibrahim al-Hariri, de 34 anos, morador de Za’atari desde 2012. Enfermeiro e professor na Síria, Ibrahim relutou em deixar Dara’a, mesmo quando sua casa foi atingida pelos bombardeios que se tornaram habituais. “Mas meu filho começou a ter pesadelos, e eu decidi que era hora de vir para a Jordânia.” Ele se juntou a outros refugiados para formar uma espécie de comitê de atendimento médico. “Começamos com três pessoas e, no final, tínhamos 120. Nós trabalhamos como voluntários por sete meses. Queríamos ajudar os feridos de guerra, pessoas que não conseguiam chegar a hospitais, mas, quando começamos a trabalhar com os administradores, passamos a ajudar nas campanhas de vacinação e de saúde”, diz Ibrahim. Hoje, ele conta feliz que os membros do comitê estão empregados nos 12 hospitais e centros de saúde de Za’atari. Ibrahim trabalha no centro pós-operatório da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no campo.
  
Ibrahim integra um grupo restrito de moradores de Za’atari com a sorte de ter um emprego fixo e razoavelmente bem pago. A maioria da população que vive lá é dependente do auxílio humanitário que chega na forma de doações, alimentos e vouchers  –  agora progressivamente substituídos por cartões com um depósito em dinheiro, para dar autonomia aos refugiados de decidirem seus gastos.

À parte o auxílio humanitário, as alternativas de subsistência são poucas. Há os trabalhos rotativos, oferecidos pelas organizações que atuam no campo. Cerca de 5 mil vagas em diferentes áreas, entre recepcionistas, limpeza e até bordadeiras em centros comunitários, e que recebem em média 1 dinar jordaniano (JD) por hora – cerca de US$ 1,41. O valor é razoável, se comparado ao que pagam os fazendeiros locais aos refugiados sírios nas lavouras que cercam Za’atari. Os cultivos agrícolas ao redor do campo parecem mais terra nua do que lavoura. Eles só chamam a atenção por causa das barracas com selo das Nações Unidas – traficadas para fora de Za’atari – que abrigam a mão de obra sazonal.  A barraca que custa ao Acnur US$ 500 sai, no mercado informal, pela bagatela de US$ 100. Na estrada até Za’atari, um motorista jordaniano aponta os sulcos das plantações. “Pepino, hortelã, salsinha, tomate, lentilhas e azeitonas”, diz ele, que faz a viagem ao campo pelo menos uma vez por semana. “A terra aqui é boa, fértil. O problema é a falta de água.” A Jordânia é um dos países do mundo que mais sofrem com a escassez crônica de água – problema agravado pelo súbito aumento populacional provocado pelos refugiados.

Em Za’atari, as mazelas que decorrem da combinação da carência de infraestrutura com ausência de perspectivas abundam: contrabando, tráfico de pessoas, violência doméstica e até prostituição. Uma funcionária dos serviços humanitários conta que os relatos de abuso sexual, principalmente de crianças, são comuns. “O mais comum são casos de famílias numerosas, os primos, os filhos dos primos, que vivem em um mesmo quarto. Muitos pais deixam Za’atari para trabalhar fora do campo ou estão na Síria. A mãe sai para trabalhar e deixa as crianças sozinhas. Isso facilita o abuso”, diz a psicóloga jordaniana Da’ed Mnezil, que já trabalhou no campo. O Acnur, que lida com os casos, afirma que não são “muitos se considerada a população de 80 mil pessoas”, mas reconhece que a violência doméstica é uma “preocupação”.

Oficialmente, refugiados não têm permissão para trabalhar no país. Mas como muitos refugiados buscam meios de subsistência e há pressão dos donos das fazendas, interessados na mão de obra barata, as autoridades jordanianas passaram a oferecer as permissões de saída. Na prática, elas funcionam também como permissões de trabalho. Quem consegue o documento para sair de Za’atari trabalha duro para receber em média 0,50 dinares por hora – cerca de US$ 1, menos do que os baratos imigrantes egípcios e paquistaneses. Não é difícil encontrar crianças trabalhando sob o sol.

Quem chegou antes, e com algumas economias, pode conseguir se instalar nas artérias principais que cortam o campo de norte a sul e que se converteram em seus centros de comércio. Na Champs-Elysées, como é apelidada a avenida mais conhecida de Za’atari, o comércio de alimentos divide espaço com o de vestidos de casamento de gosto duvidoso e de tapetes “persas” made in China. Grupos de meninas de 5 ou 6 anos circulam pelo bulevar, abraçam os visitantes e pegam em suas mãos. Depois, fazem o gesto de 5 com as mãos, pedindo 5 centavos de dinar.

O movimento já foi melhor. Metade de quem estava aqui ou voltou para a Síria, ou emigrou para o Canadá, ou foi para a Europa”, diz Amer, de 31 anos. Ele veste um casaco verde-árvore que se vê por todo o lado em Za’atari, adornado pelo selo saudita, indicando a origem da doação. Ele mora no campo há quatro anos com a mulher e os quatro filhos e abriu uma loja de produtos de higiene há um ano e meio. Segundo Amer, os produtos mais procurados são lenços e fraldas que custam entre 0,50 e 5 dinares. As vendas não são suficientes para sustentar a família. “Com o dinheiro que consigo aqui, dá para pagar as roupas das crianças. Eu não teria sido capaz de conseguir me manter sem a assistência financeira do campo”, afirma.
 
É a mesma reclamação de Muhadeen Masrii, de 24 anos, dono de uma barraca de vegetais poucos metros adiante na Champs-Elysées. “No começo, era um bom dinheiro. Mas agora consigo pagar pela comida de minha família e nada mais”, diz Muhadeen. Ele e a família de 17 pessoas, todos de Dara’a, moram em Za’atari há quatro anos, onde dividem o espaço de duas “caravanas”. Em sua cidade natal, ele era dono de quitanda, junto com o pai. “O movimento está muito lento”,  diz Muhadeen. “Mas, graças a Deus, temos muita sorte,  conseguimos colocar comida na mesa. Existem outros que estão enfrentando muitas dificuldades”, diz o jovem sírio. Se pudesse, Muhadeen se juntaria àqueles que deixaram Za’atari. “Eu não consegui construir nada. Não consegui dar segurança para minha família nesses anos.

Muhadeen,24 dendedor de frutas e leguemes  em Za'atari (Foto: AHMAD ABDO/AFP/ÉPOCA)

 
A população de Za’atari vem diminuindo
: só no último semestre, a aglomeração caiu de 81 mil pessoas para cerca de 79 mil pessoas, segundo o  Acnur. Em 2013, quando somava 200 mil pessoas, chegou a ser o segundo maior campo de refugiados do mundo. Alguns fatores explicam o encolhimento lento e gradual do campo. Desde o início de 2015, Za’atari parou de receber novos refugiados, agora enviados para o campo de Azraq, inaugurado em 2014, no leste da Jordânia. Por ora, Za’atari só permite a entrada de novos moradores quando se trata de reagrupamento de famílias.
 
A maioria dos 630 mil refugiados sírios que vivem hoje na Jordânia – quase 10% da população do país – não está em campos, mas nas áreas urbanas.  Eles enfrentam a dificuldade de pagar aluguel e se manter com uma assistência limitada. Quem fica no campo prefere contar com o apoio humanitário, na esperança de voltar um dia para a Síria. Segundo o Acnur, uma em cada quatro famílias de Za’atari não tem interesse em programas de reassentamento em outros países.
 
Mesmo com ajuda, a adaptação é lenta. “Eu tive muita dificuldade em me ajustar às filas”, diz Fatima Nasan, de 39 anos, dona de um rosto expressivo e um sorriso fácil, emoldurados por um hijab branco. “No começo, eu achava difícil aceitar que, para conseguir pão, precisava entrar na fila.  Na Síria, era só ir ao mercado do fim da rua e comprar pão. Agora eu entendo que isso acontece com todos os refugiados no mundo. É assim que eles vivem”, diz Fatima. Sua casa no Distrito 2 – dois contêineres conectados por chapas de metal e um chão de alvenaria – é quase luxuosa comparada à dos vizinhos.
 
Enquanto Fatima conta sua história ao lado do marido, Farouk, e da filha adolescente, Melak, duas moscas zunem e se debatem dentro da “caravana”. É o tipo de fauna que frequenta o local no alto verão: escorpiões, cobras e afins tornam-se parte da rotina em Za’atari. “Para viver aqui, nós tivemos de esquecer da vida que tínhamos na Síria. Se nós ficássemos comparando as condições de vida que temos e tínhamos, nós não conseguiríamos seguir”, afirma Fatima. “Nós percebemos que precisávamos nos preparar e aceitar: essa é a realidade por agora.”
 
Ela se recorda com nitidez do dia em que chegou a Za’atari: 12 de dezembro de 2012. “Ninguém esquece quando chega aqui.” O marido, um desertor do Exército do regime de Assad, ficou com a mão ferida no bombardeio que atingiu o bairro onde moravam, em Damasco, em meio à fuga da família. Recém-chegados à Jordânia, Farouk foi para o hospital, onde ficou em tratamento por quase um ano, enquanto a família se estabeleceu no campo. “Foi extremamente difícil. Mas, quando ele ligava do hospital, eu mentia e dizia: nós estamos bem. Ele estava doente, não ia reclamar para ele por telefone”, diz ela, rindo. Antes de o marido voltar, como a distribuição de “caravanas” demorava, Fatima usou as economias que trouxe e comprou o primeiro contêiner da família, em 2013, por 150 dinares. O segundo foi adquirido em 2014.

A síria Fatima,39 anos,e a filha Melak,de 15 anos (Foto: AHMAD ABDO/AFP/ÉPOCA)

   
Hoje, a família tem uma rotina simples. Os filhos Ammar, de 17 anos, e Jumada, de 11, estão na escola no turno da tarde, frequentado pelos meninos. Melak, de 15, vai no turno da manhã, destinado às meninas. O Acnur calcula que perto de dois terços das crianças e jovens do campo estejam matriculados nas escolas locais. Enquanto os filhos estão na aula, Fatima trabalha com bordados em uma das organizações humanitárias em Za’atari, por um salário de 1 dinar por hora. Farouk, cujo ferimento na mão o impede de trabalhar, cuida da casa e é o encarregado de ir à distribuição de alimentos e vouchers para receber a cota destinada à família. “O que mais me importava era manter as crianças ocupadas, com coisas produtivas. Não queria que elas pensassem que iriam ficar aqui só um ou dois dias. Queria que elas aprendessem a sobreviver com força, não só deixar o tempo passar. Tirar o melhor que pudessem daqui”, diz Fatima. À tarde, a mãe cozinha com a ajuda dos filhos – depois do jantar, os pais ajudam nas tarefas da escola. Quando os irmãos estão juntos, Fatima e o marido saem para dar uma volta. “É nosso momento.”
 
Enquanto os irmãos e os pais de Farouk permaneceram todos na Síria, a família de Fatima está espalhada entre Dara’a, Jordânia e Alemanha, aonde um irmão dela conseguiu chegar depois de empreender a perigosa travessia pelo Mar Egeu, partindo da Turquia. A família cogitou fazer o mesmo – Farouk iria na frente com o filho mais velho, para depois solicitar a reunificação familiar. Quando faziam os preparativos, o governo turco parou de emitir vistos para sírios, em meio às negociações com a União Europeia com o objetivo de estancar o fluxo de refugiados rumo ao continente. “Perdemos nossa chance”, lamenta Farouk. 

Para a família de Fatima, as opções são ainda mais restritas que a de outros refugiados – por causa da deserção do marido, voltar para a Síria, mesmo diante de um futuro pacífico, não é uma opção. Nutrem a esperança de ser contemplados por um dos poucos programas de reassentamento de refugiados que existem, como o oferecido recentemente pelo Canadá. “Desejo que as pessoas voltem a se amar na Síria, a trabalhar e a ter a vida que tinham antes. Mas voltar, para mim, não é possível”, afirma Farouk. A última lembrança que Fatima tem do país natal é da fuga da família de Damasco, em meio a um bombardeio – ela diz que, enquanto os cinco corriam, margeando paredes e muros, tentando escapar dos tiros e estilhaços, a mãe cobria a cabeça do filho mais novo com a mão, como se seu corpo pudesse impedi-¬lo de ser ferido. “Toda vez que penso nisso, eu tremo. As crianças sempre se lembram disso. E eu sempre lembro a elas que essa foi a última coisa que vimos na Síria. A não ser que a luta acabe, nós não voltaremos”, diz Fatima.
   
Agora, a sina da família é a espera. “Nosso trabalho é buscar oportunidades e manter a esperança. Mas está nas mãos de Deus escolher para nós quando devemos deixar o campo”, diz Farouk, resignado. Em dezembro, terão sido quatro anos vividos ali, no meio do deserto. Completarão o triste aniversário pouco depois do campo, que em julho também completará seu quarto ano. Terão sido quatro anos de estado provisório, de entretempos, de vida intermitente para os 80 mil refugiados sírios que permanecem em Za’atari. Será o quarto ano – e não parece ser o fim.

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