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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Mulher acolhe mais de 40 crianças em casa: ‘Perdi a conta de quantas cuidei’

Foto: Maria de Lourdes Pereira de Freitas/Arquivo Pessoal

Maria de Lourdes (em destaque) em uma das visitas que fazia em fazendas

Maria de Lourdes (em destaque) em uma das visitas que fazia em fazendas

Uma moradora de Macatuba (SP) doou boa parte de sua vida para acolher crianças que precisavam de carinho e cuidado. Casados há 40 anos, Maria de Lourdes Pereira de Freitas, de 56 anos, e seu marido Osmar Pereira de Freitas, de 71 anos, oficialmente são pais de seis filhos, três deles adotivos. Mas além dos filhos, o casal já recebeu muitas outras pessoas, a maioria crianças, que precisavam de ajuda em sua casa. “Já perdi as contas de quantas pessoas passaram aqui e eu cuidei”, conta Maria de Lourdes.


Tudo começou no início do casamento, quando os dois costumavam visitar uma colônia de trabalhadores em uma fazenda na cidade. Lá eles encontraram um menino muito doente que estava com o pai preso e a mãe, por ter mais filhos, não podia cuidar dele. Então ela se ofereceu para cuidar do menino de aproximadamente sete meses.

“Nos levamos o Felipinho para o hospital, ele melhorou, mas o médico só o liberou se ele ficasse com a gente. Então nós cuidamos dele por mais uns sete meses, até ele voltar para a família. Ele estava muito debilitado , desnutrido”, conta.

Atualmente o casal não tem contato com este menino, mas ainda guarda com muita saudade as lembranças da primeira criança que cuidaram. “Dois anos depois que o devolvemos para a família, a mãe o trouxe para eu ver. Quando eu vi, ele forte, foi o melhor presente da minha vida. Hoje ele deve estar com uns 30 anos”, conta Maria emocionada.

Outras crianças passaram pela casa depois dele e o casal, que já tinha dois filhos, teve o terceiro e não pensava em ter mais, só queria ajudar quem precisasse e devolver para as famílias. “Falavam que a gente era louco, que se a criança morresse na nossa mão sem nenhum documento seria um problema, mas não tinha Conselho Tutelar na época, tinha um monte de criança doente precisando e a gente não pensava nisso”, afirma Lourdes.

Casal de apoio
Há 22 anos, o casal foi chamado, pelo Fórum da cidade, para participar do projeto de família acolhedora, que abriga crianças que precisam de um lar temporário. Foi assim que eles receberam as três crianças que foram adotadas. A primeira foi a Gizeli Cristina de Lima Bueno que chegou à casa quando tinha 8 e sentiu que tinha encontrado um lar. “Quando a gente é retirada dos pais, a gente quer uma família. Passei por outras casas, mas quando cheguei aqui era o que eu sempre quis, tinha pai, mãe, irmãos. Família para mim foi essa”, lembra Gizeli, de 28 anos, que hoje não mora mais com os pais adotivos porque se casou.
Lourdes conta que agradece sempre a família abençoada que tem. “Meus filhos nunca reclamaram de dividir as coisas, a cama, nunca brigaram, já ficamos em 10 em casa com um banheiro. Nunca passamos dificuldade. Foi a fase mais feliz da minha vida”, afirma.

Uma das filhas do casal, Géssica Pereira de Freitas dos Santos, de 27 anos, conta que realmente nunca se incomodou com as “visitas” constantes em sua casa. “Eu nasci com isso. Não via diferença e nunca deixaram faltar nada, não sentia nem falta de atenção. Minha mãe até falava em montar um orfanato e eu gostava da ideia.”

Gabrielli Pereira de Freitas é a caçula da família e chegou na casa quando era um bebê. A jovem de 21 anos é a única dos seis irmãos que ainda mora na casa com os pais.

“A infância foi festa, sempre tinha alguém para brincar. Quando eu cheguei era muito doente e o médico nem deu expectativa de vida, mas meus pais insistiram em me tratar e eu fui curada. Sempre cresci com muito amor, atenção e sempre soube que era adotada.”

Mesmo atualmente, quem ainda precisa de ajuda recorre ao casal, que não se cansa de receber as pessoas em casa. A estudante Alana Guerra é um exemplo de quem precisou de um lar e encontrou na casa da família. "É normal ter pessoas que precisam aqui. Quem Deus traz a gente ajuda, sempre tem alguma pessoa", afirma Maria de Lourdes.
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