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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Juiz ouve durante audiência os quatro suspeitos de estupro coletivo no Piauí

Foto: João Vitor/Portal B1

Juiz ouve durante audiência os quatro suspeitos de estupro coletivo no Piauí
Os quatro adolescentes suspeitos de participar do estupro coletivo contra uma jovem de 17 anos em Bom Jesus, Sul do Piauí, voltaram a ser ouvidos na manhã desta quarta-feira (1º), desta vez pelo juiz Eliomar Rios Ferreira. A primeira audiência do caso acontece no fórum da cidade a portas fechadas, com participação apenas dos pais dos menores, o delegado do caso e um promotor do Ministério Público Estadual.

Quatro adolescentes foram apreendidos e um rapaz de 18 anos preso por suspeita de participação no crime. No entanto, após decisão judicial os menores foram liberados da delegacia. Segundo a polícia, a garota estava na companhia dos suspeitos em um bar horas antes do fato acontecer.

Segundo a promotora Justiça Gabriela Santana, responsável pelo caso, na primeira audiência o juiz vai analisar a denúncia do Ministério Público Estadual contra os adolescentes e ouvir a versão dos suspeitos sobre o estupro coletivo. Na possibilidade de novos fatos que comprovem a participação dos rapazes no crime, o magistrado pode aprovar a internação socioeducativa.

"É comum quando adolescentes são apreendidos em flagrantes, o Ministério Público ter o prazo de 24 horas para fazer a denúncia formal e depois disso o juiz realiza uma nova apresentação dos menores para ouvir a versão deles. Esta não é uma audiência de instrução e julgamento dos envolvidos, até porque falta ouvir a vítima e produção de provas", explicou.

A vítima foi encontrada em uma obra abandonada no dia 21 de maio, amarrada e amordaçada com a própria calcinha. Ela chegou a contar que foi conduzida ao local e violentada por cinco rapazes. Populares socorreram a vítima, que foi encaminhada para o hospital de Bom Jesus e liberada após avaliação psicológica.

Ao G1, Gabriela Santana revelou que vem analisando o recurso da decisão de soltura dos adolescentes. Conforme a promotova, no processo há provas da materialidade e indício de participação dos menores no estupro coletivo.

"O delegado ficou de me enviar novos depoimentos, que podem servir para anexar ao pedido de internação dos adolescentes", completou.

A promotora já havia declarado ter ficado surpresa com a decisão do juiz em liberar os menores, mesmo com o laudo médico confirmado o abuso sexual na garota de 17 anos. Apenas o jovem de 18 anos foi mantido preso e encaminhado ao presídio da cidade.

O delegado Aldely Fontineli, responsável pelo caso, também acompanha a audiência com os adolescentes e contou ter apresentado o novo laudo policial ao juiz Eliomar Rios Ferreira, com os depoimentos de mais testemunhas e a nova versão dada pela vítima.

"Temos os depoimentos dos policiais que fizeram a apreensão dos adolescentes e a confição dos envolvidos no crime, pessoas que viram os suspeitos entrando na obra, relato da própria vítima sobre o caso que teve com um dos menores, além do exame que comprova o estupro e sêmen encontrado no canal vaginal", pontuou.

Novo depoimento da vítima


Em novo depoimento à polícia, a vítima de estupro coletivo em Bom Jesus, no Sul do Piauí, revelou que vem sofrendo constrangimentos após o fato. Desde o dia do crime, a garota tem sido acompanhada por psicólogos. O estupro ocorreu no dia 20 de maio.

"Várias pessoas foram à rádio comunitária falar que a menina teria provocado o estupro, sem contar os populares que a apontam no meio da rua e a julgam. Isto é um absurdo e quem faz isto corre risco de processo", falou o delegado Aldely Fontineli, responsável pelas investigações.

A ONU Mulheres divulgou um comunicado na quinta-feira (26) solidarizando-se com as duas adolescentes que foram vítimas de estupro coletivo nos últimos dias no Brasil, uma no Rio de Janeiro e outra em Bom Jesus, Piauí. O braço da organização internacional no Brasil pede à sociedade brasileira "tolerância zero a todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização”.

Menores negam participação
Em depoimento para promotora de Justiça Gabriela Almeida de Santana, os adolescentes negaram o estupro coletivo e relatam ter visto a garota sendo abusada pelo jovem de 18 anos, que estava na companhia deles. Eles também confirmaram que a vítima ingeriu bebida alcoólica e estava desorientada.

“Eu questionei se eles não fizeram nada para impedir e os quatro declararam achar normal o ato, mesmo com a vítima embriagada e sem condições de responder por si. Eles relataram com riqueza de detalhes a vítima reclamando da sensação de tortura e vomitando. Só que eu achei estranho alguém ir em uma obra abandonada para apreciar a paisagem, como os adolescentes alegam. Tudo indica que os menores combinaram a mesma versão e foram ao local para fazer uso de droga", revelou a promotora.

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