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Sábado, 27 de abril de 2024

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Reunião da Unasul ocorre marcada pelo polêmico acordo EUA-Colômbia

Os presidentes da América do Sul, incluindo o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, participam nesta segunda-feira de cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em Quito, sem a presença do colombiano Álvaro Uribe, cujo país cortou relações com o Equador em março de 2008. Mesmo ausente, Uribe será pivô da reunião, cujo principal assunto será o polêmico acordo bilateral que aumentará a presença militar americana na Colômbia.


Em reunião prévia, os chanceleres dos 12 países da Unasul não chegaram a uma proposta para a inclusão do acordo EUA-Colômbia na Declaração de Quito, o documento do encontro. Fontes diplomáticas da agência France Presse afirmaram que os chanceleres concordaram apenas em incluir uma convocatória para uma próxima reunião, ainda neste mês. O texto proposto pela Bolívia, que condenava o acordo, teria sido rejeitado.

O acordo entre os EUA e a Bolívia começou a ser negociado logo depois de a potência perder sua única base oficial na região, em Manta (Equador), por ordem do presidente Rafael Correa que, inclusive, assume também nesta segunda-feira seu segundo mandato como presidente e a presidência rotativa da Unasul. O Equador ainda comemora, nesta segunda-feira, os 200 anos da independência do país.

Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA manter 1.400 pessoas, entre militares e civis, em bases na Colômbia, pelos próximos dez anos. Os dois aliados afirmam que o acordo não é novo, mas apenas uma extensão do acordo de combate ao narcotráfico e às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) chamado de Plano Colômbia; e argumentam que todas as bases permanecerão sob o controle colombiano.

No entanto, o acordo gerou tensão e discursos sobre uma possível corrida armamentista na região. No Brasil, o assunto gerou especial desconfiança depois de vir à tona a informação de que os aviões americanos que operarão na base de Palanquero, no centro da Colômbia, têm um raio de ação muito superior ao necessário para o combate ao narcotráfico.

A Venezuela foi além das críticas, congelando suas relações com o governo Uribe. Como se não bastasse, a decisão significou mais um nó na complicada crise entre Colômbia e Equador, que romperam relações diplomáticas em março de 2008, após forças colombianas invadirem o país vizinho para aniquilar um acampamento e um líder das Farc.

O presidente venezuelano Hugo Chávez, inclusive, pediu neste domingo (9) a Uribe que 'dê as caras' na reunião da Unasul. 'Que dê as caras e que explique. Estão tentando ocultar a verdade. [...] Agora, os colombianos dizem que não são bases militares. O que são, parques infantis?', ironizou o mandatário venezuelano.

Chile

Na manhã desta segunda-feira, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, inaugurou a reunião, que acontece no complexo religioso de Santo Agostinho, no centro histórico de Quito, onde foi assinada a ata de independência do Equador, em 1809, com um balanço sobre sua gestão na presidência da Unasul.

Ela destacou a atuação da Unasul na recente crise entre situação e oposição na Bolívia e na oposição à retirada do presidente de Honduras, Manuel Zelaya, do poder. Bachelet, inclusive, aproveitou o discurso para reiterar a necessidade de que Zelaya seja restituído. O presidente deposto participa da reunião da Unasul.

Bachelet afirmou que ainda há 'enormes desafios' para a região, especialmente no âmbito político, para conseguir a consolidação da democracia.

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a antecipar sua saída de Quito com o objetivo de evitar quaisquer condenações formais ao acordo, de acordo com reportagem de Eliane Cantanhêde publicada na edição desta segunda-feira da Folha de S.Paulo (íntegra disponível para assinantes do jornal ou do UOL).
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