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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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Ataques matam ao menos 95 no Iraque; governo admite negligência

Uma série de explosões deixou ao menos 95 pessoas mortas e feriu mais de 500 nesta quarta-feira no centro de Bagdá, a capital do Iraque. No dia mais violento na capital neste ano, o governo admitiu negligência das forças iraquianas.

Uma série de explosões deixou ao menos 95 pessoas mortas e feriu mais de 500 nesta quarta-feira no centro de Bagdá, a capital do Iraque. No dia mais violento na capital neste ano, o governo admitiu negligência das forças iraquianas com a segurança do país quase dois meses após a saída das tropas americanas das grandes cidades e centros urbanos.


Os ministérios do Interior e da Defesa confirmaram um balanço de 95 mortos e mais de 500 feridos nos ataques, incluindo dois com caminhões-bomba no centro da cidade, perto dos prédios dos ministérios das Relações Exteriores e das Finanças.

"A operação mostra negligência, e é considerada uma falha de segurança cuja culpa recai principalmente sobre as forças iraquianas", disse o porta-voz das forças de segurança de Bagdá, o general Qassim Al Moussawi à TV estatal Iraqiya.

A rara admissão de culpa renova a preocupação sobre a capacidade das forças iraquianas de manter a segurança após a saída completa das forças americanas, previstas para 2011. Durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos, no ano passado, o republicano derrotado, John McCain, criticou os planos do então candidato democrata, Barack Obama, de retirar as forças do Iraque e alertou para um possível "caos".

Nesta quarta-feira, seis explosões foram realizadas perto de prédios ministeriais e outros alvos estratégicos do governo xiita do Iraque.

O governo culpou as forças insurgentes sunitas --com quem os xiitas vivem décadas de violência sectária-- e a rede terrorista islâmica Al Qaeda pelo ataque. Bagdá reiterou assim antigo alerta das forças americanas de que o grupo militante tenta provocar uma nova guerra no país --com o objetivo de acabar com a confiança no governo liderado pelos xiitas.

"Os terroristas estão tentando retomar o ciclo de violência dos anos anteriores criando uma atmosfera de tensão entre o povo iraquiano", disse o presidente iraquiano, Jalal Talabani, em comunicado. "Nossas forças de segurança precisam ficar mais alertas e firmes. Os grupos policiais precisam se unir", completou.

O primeiro-ministro iraquiano, Nouri Al Maliki, afirmou que quer uma reavaliação das medidas de segurança no Iraque.

"As operações criminosas de hoje pedem sem dúvida uma reavaliação de nossos planos de segurança para enfrentar os desafios terroristas", afirmou, acrescentando um pedido por uma cooperação maior entre os serviços de segurança e os iraquianos.

Neste mês, o governo disse que em 40 dias retiraria muros erguidos como proteção contra explosões em um sinal de confiança nas forças iraquianas, que assumiram os centros urbanos do país após a retirada dos soldados norte-americanos em 30 de junho.

Os extremistas sunitas e xiitas ainda têm influência no Iraque, apesar dos seis anos de invasão americana. Os EUA preveem um aumento na violência sectária com a chegada das eleições nacionais em janeiro do próximo ano.

Ataques coordenados em grande escala, perto de prédios públicos vigiados, são relativamente raros em Bagdá. Os ataques a bomba e suicidas, contudo, carregam as marcas típicas da atuação da Al Qaeda no Iraque.

Explosões

Em uma das explosões, um enorme caminhão-bomba perto de um ponto de vistoria na vigiadíssima área de prédios públicos conhecida como Zona Verde estilhaçou os vidros da chancelaria. O ataque à região, onde se encontram vários ministérios e embaixadas, incluindo a dos Estados Unidos, além da sede do governo iraquiano, deixou ao menos 20 pessoas mortas e 130 feridas.

Uma funcionária do ministério que se identificou como Asia disse ter visto "trabalhadores do ministério, jornalistas e seguranças entre os mortos".

A explosão abriu uma cratera de três metros de profundidade e 10 de largura. Toda a fachada do ministério foi destruída e o muro do complexo desabou. Vários carros viraram sucata nos arredores, e os bombeiros tentam controlar as chamas. A polícia disse que o ataque envolveu um caminhão-bomba.

No bairro de Waziriya, perto do centro financeiro da capital, outro caminhão-bomba matou pelo menos 28 pessoas e provocou danos generalizados. A explosão aconteceu debaixo da ponte de uma avenida que liga as zonas norte e sul da capital iraquiana. A ponte desabou e os veículos caíram no vazio. O ministério das Finanças, que fica na região do ataque, foi atingido em cheio.

Outra explosão aconteceu perto da sucursal da Reuters, no bairro de Karrada, no centro. O deslocamento do ar chegou a abrir portas e janelas do escritório. Colunas de fumaça podiam ser vistas subindo de vários pontos da cidade.

A polícia disse também que o governo provincial foi atingido por morteiros, e que no bairro de Bayaa, na zona sul, uma explosão matou duas pessoas e feriu outras cinco.

Foram registrados morteiros também no centro de Bagdá, no bairro de Salhiya, onde há quartéis militares e a sede da TV nacional.

Guardas da ONU (Organização das Nações Unidas) disseram que pelo menos um morteiro caiu perto da sede da entidade na Zona Verde, assustando os funcionários que marcavam o sexto aniversário do atentado na antiga sede da ONU --que matou 22 pessoas, inclusive o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, chefe da missão.

Saldo

O número de mortes violentas caiu em julho para 275, contra 437 em junho, depois da retirada dos soldados americanos das áreas urbanas.

Em maio passado, foram registradas 155 mortes violentas, o menor número mensal desde a invasão em março de 2003.
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