Um porta-voz do Pentágono afirmou nesta quarta-feira que os Estados Unidos não pretendem mudar os planos de retirada de tropas norte-americanas do Iraque, prevista para até 2011, apesar da série de "trágicos" atentados cometidos em Bagdá e que deixaram ao menos 95 mortos e mais de 500 feridos.

Os ataques desta quarta-feira em vários pontos da capital levantaram dúvidas se as tropas iraquianas são capazes de garantir a segurança do país após a saída das tropas americanas.

Bombeiros inspecionam local da explosão de um caminhão-bomba no Ministério de Relações Exteriores em Bagdá

Esta foi a mais violenta série de atentados em 2009 e ganha relevância especial por ter acontecido depois da retirada dos Estados Unidos das cidades iraquianas, em 30 de junho, e depois que o governo do Iraque decidiu, no último dia 8, começar a remover as barreiras de concreto da capital.

Esses blocos dividiam Bagdá em várias regiões e serviam para controlar a movimentação de carros e dificultar a instalação de carros-bomba. O governo decidiu retirá-los devido à melhora das condições de segurança na cidade.

"Os atentados são lamentáveis e trágicos", ressaltou o porta-voz do Pentágono, tenente-coronel Patrick Ryder. "Expressamos nossas condolências àqueles que perderam seus familiares e amigos. "Mas, no que diz respeito ao nosso plano de retirada, não há mudanças."

O premiê do Iraque, Nouri al Maliki, culpou nesta quarta-feira a rede terrorista Al Qaeda pela série de ataques e explosões e pediu ainda uma revisão das medidas de segurança no país.

"Os ataques criminosos de hoje exigem, sem a menor dúvida, reavaliar nossos planos e mecanismos de segurança para enfrentar os desafios terroristas", disse Maliki, em comunicado.

Maliki pediu ainda um encontro de emergência para reavaliar a defesa de Bagdá. O premiê ressaltou que os ataques foram realizados com o objetivo de colocar em dúvida a capacidade das forças armadas iraquianas "que provaram ser muito capazes de derrotar os terroristas".