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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Pai de bebê indígena enterrada viva diz que não sabia da gestação, mas quer criar menina

Foto: Reprodução

Pai de bebê indígena enterrada viva diz que não sabia da gestação, mas quer criar menina
O pai criança Analu Paluni Kamayura Trumai, enterrada viva em Canarana (a 837 quilômetros de Cuiabá), no dia 5 de maio, um índio da etnia Trumai, foi ouvido pelo delegado da Polícia Civil, Deuel Paixão de Santana, que investiga o caso.  Na oitiva, ele afirmou que não tinha conhecimento da gravidez da adolescente, de 15 anos, mas demonstrou interesse em criar a menina. A criança permanece internada na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. 


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Embora o inquérito tenha sido finalizado no dia 11 de junho, os trabalhos são feitos através de procedimentos suplementares. Ainda conforme Deuel, o pai só ficou sabendo do ocorrido após a tentativa de homicídio.
 
Ao Olhar Direto, a autoridade policial responsável pelo caso afirmou que os procedimentos suplementares estão quase concluídos. No entanto, ainda é necessário ouvir a irmã da avó da bebê, chamada Tapoalu, que também mora na aldeia. “Vou acionar a Funai (Fundação Nacional do índio) para ver se consigo ouvi-la”, disse.
 
Durante oitiva com o delegado, o pai da criança afirmou que não manteve contato com a adolescente e que só ficou sabendo que teria uma filha quando a recém-nascida acabou sendo enterrada viva. Já a adolescente indígena de 15 anos, Maialla Paluni Kamayura Trumai,mãe da criança, também disse que a gravidez e o relacionamento foram descobertos no mesmo período pela família. Ela também tem interesse em ficar com a filha.  A Polícia Civil afirmou que a garota não sabia das intenções de sua mãe e avó e que sempre quis a criança.
 
Em relação à bisavó, Kutsamin Kamayura, 57 anos, o Judiciário deferiu pedido da Funai para que ela ficasse detida (prisão preventiva) na instituição, no município de Gaúcha do Norte. Ela já foi transferida.

A avó da criança, Tapoalu Kamayura, 33, segue presa na Cadeia Pública de Nova Xavantiva, em prisão temporária. Mas existe pedido impetrado pela Funai para que também seja transferida, o que ainda será analisado pelo Judiciário.

O caso

Na terça-feira, 5 de maio, a Polícia Civil foi informada de um feto/recém nascido que teria sido enterrado em uma residência, e deslocou para o endereço (rua Paraná) em conjunto com a Polícia Militar.

Ao iniciar escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A bebê, agora identificada pelo Ministério Público como Analu Paluni Kamayura Trumai, foi socorrida e encaminhada para socorro médico imediato.
 
A bisavó da bebê, , Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06) e na ocasião, alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.
 
Em continuidade às investigações, a Polícia Civil com oitivas de testemunhas envolvidas no caso, apurou a conduta e participação da avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33.

Ela tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos.
 
 
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