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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Subtenente afirma que coronéis sabiam da entrada de freezer na PCE: “pra poder ajudar nas missões”

Subtenente afirma que coronéis sabiam da entrada de freezer na PCE: “pra poder ajudar nas missões”
O subtenente do Batalhão Ostensivo Tático Móvel (Rotam), Ricardo de Souza Carvalhaes de Oliveira, preso na ‘Operação Assepsia’, deflagrada no dia 18 de junho, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), disse que coronéis da Polícia Militar sabiam da entrada do freezer na Penitenciária Central do Estado (PCE) e que ele serviria para “poder ajudar nas missões”. Porém, negou que soubesse que o aparelho estaria recheado de celulares. O vídeo foi divulgado pelo site HiperNotícias.


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O depoimento do subtenente foi prestado no dia 18 de junho, durante audiência de custódia, comandada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes. Na ocasião, ele confirmou que estava em uma reunião realizada durante um almoço no Comando Regional de Cuiabá (CR-I), em que participou o comandante da unidade, coronel Wankley Correa Rodrigues, o comandante da Diretoria da Agência Central de Inteligência (Daci), tenente coronel Fábio Souza Andrade e o diretor da PCE, Revétrio Francisco de Souza.
 
Neste encontro, o subtenente pontua que os oficiais tiveram conhecimento que seria ‘intermediado’ um freezer para o detento Paulo César da Silva, conhecimento como o ‘Petróleo’. “Teve um almoço e tal e foi falado que se era lícito, como era, a entrada do freezer, ele ia poder autorizar a situação, para o cara poder ainda estar ajudando nas missões. Aí eu perguntei para o Revétrio qual modelo que é, pois eu não sabia porque, quanto tempo que a PM não faz revista em presídio? Acho que nem faz mais. Aí eu perguntei para ele qual modelo”.


Segundo o que apurou o Olhar Direto, o freezer seria um 'incentivo' para uma troca de informações entre os militares e lideres do Comando Vermelho (CV) que estão no presídio.

Em outra parte, Ricardo volta a afirmar que a reunião foi realizada no CR-I e que todos sabiam. Questionado sobre quem seria o proprietário da caminhonete Ford Ranger (que levou os aparelhos à unidade penitenciária), ele disse não saber. Além disto, pontuou que também não sabe quem foi a pessoa que comprou o freezer.

 
“No entanto, eu nem vi o freezer, não sei se a senhora [juíza] viu as imagens, com certeza a senhora viu. A senhora vê que a gente entra, vai direto para a sala do Revétrio, em nenhum momento eu vou lá inspecionar o freezer pra vê. Não cheguei, não perguntei, aonde que está o freezer”, continuou o subtenente.
 
O militar pontua ainda que não verificou o refrigerador, pois o aparelho passaria pelos procedimentos padrões. “Eu não olhei porque seriam tomadas todas as providências cabíveis quanto a revista lá no presídio, raio x, com tudo. Quem fez isso aí [rechear o freezer com celulares] com certeza foi o ‘Petróleo’, porque a gente não sabia disso. Nunca que eu ia fazer um negócio desse”.
 
“Se a gente tivesse intenção de burlar o sistema, nós iríamos fazer de outra maneira. Em nenhum momento, eu, subtenente da Polícia Militar, tive a intenção de burlar o sistema”, finalizou o policial.
 
Todas as prisões foram mantidas pela juíza após o fim das audiências de custódia. Os diretores foram encaminhados ao Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), o tenente Cleber de Souza Ferreira para o 3º Batalhão e os outros militares para Batalhão de Operações Especiais (Bope).
 
A reportagem tentou contou contato com o coronel Wancley Correa Rodrigues, mas as ligações não foram atendidas.
 
O tenente coronel Fábio Souza Andrade informou que em nenhum momento foi informado da entrada do freezer na PCE. “Eu não participei de reunião nenhuma e não tinha conhecimento dessa ação que eles iam colocar um freezer para dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Nem eu tinha conhecimento e nenhum oficial da Daci tinha conhecimento sobre essa ação. (...) Almoço é uma coisa, reunião é outra. Qualquer um poderia estar nesse almoço. Não teve reunião e nem foi falado em almoço nada a respeito desse negócio de freezer”.

Confira os outros trechos do depoimento:







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