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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Vítima de caminhoneiro que infectou mulheres com HIV afirma que suspeito sabia de condição há 12 anos

Foto: Reprodução/Facebook

Vítima de caminhoneiro que infectou mulheres com HIV afirma que suspeito sabia de condição há 12 anos
Uma das vítimas do caminhoneiro Haroldo Duarte da Silveira, 32 anos, preso nesta quinta-feira (29) em trabalho investigativo da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, acusado de transmitir o vírus HIV para quatro mulheres, disse que o suspeito sabia da sua condição há 12 anos. Ao Olhar Direto, ela - que não terá o nome divulgado - relatou como os dois se conheceram e afirmou que busca Justiça para outras vítimas que nem sabem que podem estar carregando a doença.


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A vítima contou ao Olhar Direto que os dois se conheceram em 2016, através de uma rede social. Porém, ficaram trocando mensagens durante um ano, até se conhecerem pessoalmente. Eles então começaram a sair e firmaram um relacionamento. Depois de um tempo, a mulher começou a passar mal, percebeu uma queda grande de cabelo e resolveu fazer exames.
 
“Quando eu contei para ele, ficou revoltado, disse que eu que tinha passado a doença para ele. Nesta mesma época, descobri que ele ficava com outra mulher também. Fiz tratamento para depressão e comecei a tomar os remédios. Resolvi procurar a polícia porque eu não queria que ele continuasse fazendo isto com outras mulheres”, disse a vítima.
 
Após descobrir que portava o vírus HIV, a vítima iniciou o tratamento para controlar a doença e, desde fevereiro de 2018, já teve de trocar a medicação por três vezes. Atualmente, ela tem de tomar quatro comprimidos por dia. Além disto, a mulher ainda passou por um turbilhão de problemas, já que teve depressão e perdeu o emprego em meio a isto tudo.
 
A vítima ainda conta que procurou a polícia para buscar Justiça para outras pessoas. “Na verdade, eu quero evitar que outras pessoas passem pelo que passei. Que elas possam ter a chance de fazer o tratamento e ficarem bem”.
 
Apesar das quatro tentativas de feminicídio pelo qual o suspeito foi preso, a mulher conta que o caminhoneiro era uma pessoa tranquila. “Sempre foi um amor, nunca levantou a mão para mim, era carinhoso. Se ele me falasse, eu teria continuado com ele à época. Mas o que ele fez foi de propósito”.
 
Após descobrir que portava o vírus, a mulher começou a investigar e chegou as outras três vítimas que também representaram contra o caminhoneiro. Foi então que ela descobriu que o acusado sabia de sua condição há mais de 12 anos.
 
“Quando eu fiz o exame, o laboratório fez três contraprovas. O médico me disse que o vírus que eu possuo é mutante. Isso quer dizer que a pessoa que transmitiu sabia, fez tratamento, mas parou. Tanto é que teve uma época em que estava bastante magro, que foi quando parou pela primeira vez. Depois recomeçou e estava tendo uma vida normal. Mas nunca falou para as parceiras do HIV”, disse a vítima.
 
A mulher conta que foi chamada de louca por pessoas próximas ao decidir denunciar o caso. “Hoje eu estou aliviada, me sentindo feliz, porque a Justiça está sendo feita. Principalmente para outras pessoas. As pessoas que me acompanham no tratamento comemoraram como se fosse final da Copa do Mundo”.
 
Agora, a Polícia Civil procura por novas vítimas do caminhoneiro, que frequentava bastante cidades do interior de Mato Grosso. A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá pede que as pessoas denunciem através do telefone 197.
 
Mesmo com o vírus, a vítima afirma que leva uma vida normal, na medida do possível. Ela poderá ter filhos, caso queira, mas sem amamentar. “Posso ter, mas no momento não penso nisto, até por conta de tudo que passei. Além disto, não posso ter relações sexuais sem preservativo, mesmo o meu vírus não sendo transmissível. A gente vai vivendo”.
 
“Se eu o encontrasse, queria dizer para pensar na filha dele, se alguém fizesse esta canalhice com ela”, finalizou a vítima.

Prisão

Haroldo Duarte da Silveira, 32 anos, foi preso em trabalho investigativo da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, acusado de transmitir Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) para quatro mulheres com quem se relacionou por vários anos. No total, foram quatro mandados de prisão.

O suspeito estava fora do Estado e foi preso ao retornar para Cuiabá. Ele foi indiciado por quatro tentativas de feminicídio e confessou a existência de uma quinta vítima, que deve ser ainda procurada pela Delegacia.
 
As vitimas, ao serem ouvidas em declarações, foram uníssonas em afirmar que durante as relações sexuais o investigado em momento algum anunciou ser portador de doença ou usou qualquer tipo de proteção.

A delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis informou que para salvaguardar a integridade física e psicológica das vítimas, e evitar que o suspeito realize novas contaminações representou pela prisão preventiva dele em todos os inquéritos policiais.
 
“Oriento as mulheres que se relacionam com o suspeito que realizem o exame para constatação do vírus, e se o tempo de aquisição da doença coincidir com o do relacionamento que procure esta delegacia para que possamos instaurar novos inquéritos policiais e investigar os fatos”, pediu a delegada.
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