Considerado uma das principais lideranças do PTB em Mato Grosso na atualidade, o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho, afirmou que o presidente do partido, Chico Galindo, terá a chance de se defender das acusações de recebimento de propina, quando prefeito de Cuiabá, mas sofrerá sanções da legenda caso o processo indique autoria de crime. Galindo foi denunciado por Dario de Queiroz Galvão Filho e Mario de Queiroz Galvão, irmãos responsáveis pelo Grupo Galvão, de receber R$ 40 milhões, a título de propina, para direcionar a concessão do serviço de água e esgoto de Cuiabá, realizado no ano de 2011.
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Galindo afirma que acusações sobre propina de R$ 40 milhões são declarações unilaterais
“Recebemos com surpresa [a denúncia], mas todo mundo que lida com recurso público está sujeito a responder eventuais questionamentos. O Chico Galindo vai ter a condição de provar a sua inocência dentro do processo legal. O ônus da prova é de quem acusa, ele vai ter a oportunidade de se defender. Agora, se no andar do processo as coisas caminharem para outro lado – o que eu não acredito que aconteça – aí o partido tomará providencias”, comentou o parlamentar.
A acusação contra Galindo foi revelada pelo juiz Jorge Tadeu, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, em inquérito que investiga eventual prática do delito de corrupção ativa e passiva. Investigação foi iniciada a partir de notícia registrada na ouvidoria ministerial, por um cidadão que manteve a identidade preservada, relatando que o Grupo Galvão, do qual a CAB Cuiabá (antiga empresa responsável pela central de abastecimento de água e tratamento de esgoto, em Cuiabá) faz parte, teria realizado um pagamento de propina na quantia de aproximadamente R$ 100 milhões.
A quantia teria sido paga por intermédio de diversas pessoas jurídicas indicadas pelo então prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo. As investigações apontaram que o objetivo da propina era o direcionamento da licitação para Concessão do Serviço de água e esgoto, na qual a empresa beneficiada foi a CAB.
As investigações seguem sob sigilo e são realizadas pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz). Dario de Queiroz Galvão Filho e Mario de Queiroz Galvão são alvos da Operação Lava Jato.
Em sua defesa, Galindo afirmou que as declarações dos irmãos Galvão são “unilaterais cujo valor probatório será analisado em juízo”.